Turismo paga mal e ataca direitos
Algumas associações patronais da hotelaria, restauração e bebidas ainda não responderam às reivindicações de aumentos salariais, enquanto as que iniciaram negociações pretendem retirar direitos importantes, conquistados pelos trabalhadores há décadas, alertou a Fesaht/CGTP-IN, no dia 14.
Nas propostas patronais, preconiza-se manter milhares de trabalhadores a auferirem o salário mínimo nacional. Para a esmagadora maioria do pessoal, os patrões avançam com mais cinco ou seis euros, em tabelas salariais que não são revistas há três ou mais anos.
Actualmente, refere ainda a Fesaht, o sector vive uma boa situação económica, com hotéis cheios na Páscoa e reservas crescentes para os meses seguintes, com perspectivas de ocupação e receitas superiores a 2019.
Neste contexto, a federação e os seus sindicatos decidiram analisar nos locais de trabalho a realização de acções de luta, por aumentos salariais sem perda de direitos.
No dia 14, à tarde, realizou-se uma concentração de trabalhadores do Hotel Marriott, em Lisboa, junto da entrada principal, para expor publicamente a «prepotência» patronal, atacando direitos e recusando actualizar salários em 2022, como informou o Sindicato da Hotelaria do Sul.
Na Sexta-feira Santa, dia 15, logo pela manhã, trabalhadores da cadeia Tivoli reuniram-se, em protesto, frente aos hotéis Avenida Liberdade, Oriente e Palácio Seteais. O sindicato destacou a rejeição da tentativa de eliminar o direito ao 15.º mês de salário e a exigência do aumento salarial anual.