Venezuela reafirma compromisso de construir sociedade socialista

Organizações políticas e movimentos sociais apoiantes da Revolução Bolivariana levaram a cabo, de 11 a 13 de Abril, um vasto programa comemorativo do 20.º aniversário da mobilização civil e militar que travou o golpe de Estado contra Hugo Chávez.

Povo venezuelano evocou derrota do golpe de Estado contra Hugo Chávez há 20 anos

No final da marcha de milhares de pessoas efectuada em Caracas, a evocar a derrota do golpe de Estado de 2002, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ratificou o compromisso do projecto revolucionário de avançar na construção de uma sociedade socialista centrada no bem-estar do povo.

«Caminhamos para a nova prosperidade, para a nova etapa de bem-estar, para o socialismo bolivariano», assegurou, convidando o povo a confiar no trabalho da nação «para abrir as portas ao desenvolvimento económico e à máxima felicidade social».

O chefe do Estado garantiu que o governo redobrará os esforços para recuperar a totalidade das escolas, liceus e universidades, além de se empenhar no fortalecimento dos serviços de saúde. Acrescentou que os governantes implementam acções para recuperar de forma sustentável o salário dos trabalhadores e manter o controlo da inflação. Anunciou um plano especial para recuperar o poder de compra dos reformados e pensionistas. E insistiu na importância de lutar contra as expressões de burocracia e corrupção que minam instituições do Estado.

Organizações políticas, movimentos sociais e outros sectores da sociedade venezuelana inundaram, pois, no dia 13, avenidas e ruas de Caracas para celebrar o 20.º aniversário do triunfo popular sobre o golpe de Estado de Abril de 2002. Milhares de pessoas juntaram-se em pontos da capital e dirigiram-se depois até ao Palácio de Miraflores, sede do governo, homenageando o movimento cívico e militar que restituiu a legitimidade constitucional e resgatou o líder bolivariano Hugo Chávez.

União cívico-militar
O primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, destacou que a unidade entre povo e forças armadas foi decisiva para a derrota do golpe de Estado. Daí que, hoje, realçou, a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e o poder popular organizado constituam pilares fundamentais na construção do processo revolucionário no país. «A união cívico-militar é uma equação maravilhosa que funcionou na Venezuela, enfatizou Cabello. Para ele, o falhado golpe de Estado de 2002 permitiu o despertar da consciência popular e o surgimento da aliança entre povo e forças armadas.

Em Abril de 2002, a direita venezuelana impulsionou um golpe, depois de uma virulenta campanha mediática visando manchar a figura de Hugo Chávez e dos ideais progressistas por ele representados. Sectores oligarcas e da oposição política, em cumplicidade com o comando militar, a cúpula eclesiástica e os meios privados de comunicação social, conspiraram então para derrubar o líder venezuelano e liquidar o projecto revolucionário.

O golpe foi desencadeado mas fracassou. Chávez permaneceu sequestrado pelas forças golpistas até ao seu resgate por militares leais ao governo constitucional, os quais provocaram, juntamente com a insurreição popular nas ruas do país, a derrota dos golpistas.

Contra o fascismo
Cerca de 200 intelectuais, académicos, dirigentes e activistas políticos, e representantes de movimentos sociais de mais de 50 países debateram em Caracas as novas faces da extrema-direita, durante os trabalhos da Cimeira Internacional Contra o Fascismo.

Intervindo perante os participantes, o presidente Nicolás Maduro propôs uma campanha de comunicação alternativa e popular para romper com o discurso dos grandes meios subordinados aos interesses das potências ocidentais. Asseverou que ripostar à narrativa hegemónica do Ocidente face ao surgimento de um mundo multilateral constitui um dos grandes objectivos das forças populares da comunicação a nível global.

 



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