Campanha suja da direita na Colômbia contra coligação progressista Pacto Histórico
Personalidades da vida política colombiana denunciaram nas redes sociais a campanha de desprestígio posta em marcha contra os candidatos do Pacto Histórico às eleições presidenciais de Maio, Gustavo Petro e Franca Márquez.
Os candidatos à presidência e vice-presidência da Colômbia por essa coligação de forças progressistas, entre as quais se inclui o Partido Comunista, foram acusados de ligações com organizações criminosas e com a corrupção, por parte dos seus adversários políticos, da direita, que procuram assim travar o apoio popular de que dispõem Petro e Márquez, bem colocados na perspectiva do combate eleitoral.
«Governam há mais de 20 anos com as máfias e os corruptos mais poderosos da Colômbia e pretendem agora que são eles a salvação de que o país necessita! Vejam só! Estão desesperados e encontraram a desculpa perfeita para fazer a sua campanha de ódio e mentiras! A mudança é urgente!», escreveu no Twitter a senadora Sandra Ramírez, do partido Comuns.
De igual modo, a senadora María José Pizarro, eleita pelo Pacto Histórico, assegurou que a campanha suja procura manchar a imagem de Petro e reafirmou o posicionamento da sua organização política contra a corrupção e a inexistência de laços com grupos paramilitares e a máfia. «É claro, estão assustados, tremem porque receiam perder o poder que acumularam ao longo de 200 anos. Vão usar todas as estratégias sujas à sua disposição para tentar impedir uma mudança de rumo na Colômbia. Perante isso, muita cabeça fria, não se deixem confundir, vamos ganhar», insistiu a senadora na referida rede social.
Também Gustavo Petro confirmou que o seu programa de governo não prevê amnistiar ou indultar os condenados por corrupção e outras ilegalidades, como insinuam forças da direita ligadas ao actual poder. Ao contrário, Petro defendeu reforçar o papel do sistema judicial como um dos poderes do Estado. Além disso, rejeitou a «torpe ideia» de conseguir a reconciliação social a troco da redução de penas a corruptos e denunciou as alianças destes com as forças políticas da direita que têm governado a Colômbia.
Do seu lado, Francia Márquez pronunciou-se publicamente em resposta à acusação, sem provas, do presidente do Senado, Diego Gómez, sobre alegados vínculos com o insurgente Exército de Libertação Nacional (ELN). A candidata do Pacto Histórico a vice-presidente da República rechaçou a imputação e qualificou-a de infâmia que evidencia «a incapacidade política» da direita de «propor a mudança de que a Colômbia necessita».
A primeira volta das eleições presidenciais no país sul-americano realiza-se em 29 de Maio e os candidatos do Pacto Histórico, o economista e senador Gustavo Petro e a advogada e ambientalista Francia Márquez – a primeira mulher negra a candidatar-se ao cargo na Colômbia – surgem nos estudos de opinião como favoritos à vitória.