Presidenciais francesas decididas a 24 de Abril entre Macron e Le Pen

Em França, o actual chefe do Estado, Emmanuel Macron, e a candidata de extrema-direita Marine Le Pen passaram à segunda volta da eleição presidencial, a disputar no próximo dia 24.

Na primeira volta, realizada no domingo, 10, em que concorreram 12 candidatos, Macron obteve 27,8 por cento (9 milhões, 785 mil, 578 votos) e Le Pen conseguiu 23,1 por cento (8 milhões, 136 mil, 369). Em terceiro lugar ficou Jean-Luc Mélenchon, da França Insubmissa, com 21,9 por cento (7 milhões, 714 mil, 949). A abstenção foi de 25,14 por cento.

O secretário nacional do Partido Comunista Francês (PCF), Fabien Roussel, que entrou também na corrida presidencial, recolhendo 2,3 por cento dos votos (802.615 votos), lamentou a abstenção e constatou que a extrema-direita nunca foi tão forte na República e que o chamado voto «útil» beneficiou os três primeiros candidatos, em detrimento de todos os outros.

Roussel saudou as centenas de milhares de eleitores que votaram nele e as dezenas de milhares de militantes comunistas que se envolveram na campanha eleitoral. «Orgulhem-se do que fizeram, porque semearam muitas sementes e elas serão úteis no futuro», destacou.

O líder do PCF chamou a atenção para o facto de, pela primeira vez, em França, o total dos votos de esquerda ser inferior ao total de votos de extrema-direita. Pelo que, sublinhou, o desafio será «reconstruir uma esquerda forte, nova, popular, mas sobretudo capaz de vencer amanhã».

Atribuindo a responsabilidade da situação no país às políticas de direita de Macron – neste mandato quinquenal, «o nosso povo viu degradar-se o seu poder de compra, as suas condições de trabalho, os seus serviços públicos, a sua soberania industrial ou energética» –, o dirigente comunista anunciou que, a 24 de Abril, fará «a escolha da responsabilidade». Fiel aos seus ideais, não aceitará nunca que «um projecto racista e xenófobo seja implementado na chefia do Estado». Apelou aos seus apoiantes a contribuir para derrotar a extrema-direita, garantindo que os comunistas continuarão, tal como fizeram nestes cinco anos, a ser «adversários resolutos» do governo e seu candidato. E exortou à unidade das forças de esquerda, desde logo tendo em vista as próximas eleições legislativas, em Junho.

 



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