Defender a paz
A presidente do Grupo Parlamentar do PCP considerou que a realização de uma sessão com o Presidente da Ucrânia na Assembleia da República – proposta que foi aprovada em conferência de líderes, no dia 6, por maioria, com a oposição do PCP – vai ao arrepio do papel que este órgão de soberania deve assumir em prol da paz.
«A Assembleia da República, enquanto órgão de soberania, não deve ter um papel para contribuir para a escalada da guerra, para contribuir para a confrontação ou corrida aos armamentos mas sim o oposto, (…) deve ser em defesa da Paz», sustentou Paula Santos numa declaração aos jornalistas sobre a proposta apresentada pelo PAN no sentido de endereçar a Zelensky um convite formal para discursar perante o Parlamento português.
No entender da bancada comunista afigura-se claro que a proposta «não vai ao encontro do objectivo de defender a paz, de encontrar uma solução negociada para a resolução do conflito e para o desarmamento», razão pela qual não a acompanhou.
Paula Santos fez notar que a «realização de sessões com intervenção de chefes de Estado na Assembleia da República, ao longo dos últimos anos, têm sido muito limitadas» e têm ocorrido sempre na sequência de visitas institucionais ao país, o que «neste caso concreto não ocorre».
«A solução para este conflito, a solução para a Ucrânia, para a Europa e para o mundo passa por avançar numa perspectiva de cessar-fogo, de avançar numa solução negociada, no respeito e no cumprimento da Carta das Nações Unidas», sublinhou a líder parlamentar comunista, que lembrou ainda que o empenho do PCP pela defesa da paz para a Ucrânia não começou a 24 de Fevereiro de 2022. «Estamos a colocar esta necessidade de se avançar num caminho de paz desde 2014 e ficámos sozinhos estes oito anos relativamente a esta matéria», afirmou.
Paula Santos deixou por fim uma palavra de forte solidariedade com as vítimas da guerra da Ucrânia, uma guerra, frisou, «que já tem oito anos, e que nunca devia ter começado».