Contra a censura na União Europeia

O PCP denunciou, no Parlamento Europeu, a legitimidade da imposição de censura a órgãos de comunicação social nos Estados da UE, em desrespeito pelos preceitos constitucionais de cada país.

Censura a órgãos de informação nos Estados membros desrespeita preceitos constitucionais de cada país

Os deputados do PCP no Parlamento Europeu enviaram à Comissão Europeia e ao Conselho Europeu uma pergunta escrita sobre a «imposição de censura a órgãos de comunicação social nos Estados membros por via de regulamento da União Europeia».

O Regulamento 2022/350 do Conselho Europeu determina que «é proibido aos operadores difundir ou permitir, facilitar ou de outro modo contribuir para a radiodifusão de quaisquer conteúdos pelas pessoas colectivas, entidades ou organismos enumerados no anexo XV, nomeadamente através da sua transmissão ou distribuição por quaisquer meios como cabo, satélite, IP-TV, fornecedores de serviços Internet, plataformas ou aplicações de partilha de vídeos na Internet, quer novos, quer pré-instalados». Acrescenta que «devem ser suspensas todas as licenças de radiodifusão ou acordos de autorização, transmissão e distribuição celebrados com as pessoas coletivas, entidades ou organismos enumerados».

O âmbito deste regulamento extravasa competências da União Europeia e invade competências nacionais. O regulamento afronta o artigo 37.º da Constituição da República Portuguesa, sobre liberdade de expressão e informação, que dispõe: «Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura».

Assim, os deputados do PCP no Parlamento Europeu solicitaram à Comissão Europeia informação sobre «a legitimidade e fundamentação da imposição de censura a órgãos de comunicação social nos Estados membros, em desrespeito pelos respetivos preceitos constitucionais e competências».




Mais artigos de: Europa

Crimes, encenações e a escalada do conflito

Todos os actos criminosos, incluindo em cenário de guerra, são injustificados e merecem a mais viva condenação, ocorram na Ucrânia ou no Iraque, no Afeganistão ou na Síria, na Líbia ou em qualquer outro país.

Custos económicos e ambientais do acordo sobre gás entre UE e EUA

Sandra Pereira, eleita do PCP no Parlamento Europeu, pretende saber quais os termos e os custos económicos e ambientais do acordo entre a União Europeia e os Estados Unidos da América, para fornecimento de gás natural liquefeito (GNL) norte-americano aos europeus. Nesse sentido, a deputada comunista portuguesa enviou,...

A oligarquia da União Europeia

O Parlamento Europeu discutiu, em sessão plenária, um relatório sobre «a luta contra as estruturas oligárquicas, a protecção dos fundos da UE contra a fraude e conflitos de interesses». Neste documento são, e bem, identificados problemas como a opacidade e a falta de informação na aplicação...