Partido Comunista do Brasil apoia candidatura de Lula
O Partido Comunista do Brasil festejou 100 anos de vida e luta. No Festival Vermelho, em Niterói, Luciana Santos, dirigente dos comunistas brasileiros, anunciou o apoio do partido à candidatura presidencial de Lula da Silva.
PCdoB defende uma agenda de soberania nacional e a reindustrialização
A participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos momentos altos, no sábado, 26, do Festival Vermelho, evento comemorativo dos 100 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Ao lado de dirigentes comunistas, representantes de outros partidos, responsáveis de sindicatos e movimentos sociais, Lula marcou presença no acto «Frente Ampla para Florescer a Esperança, no Caminho Niemeyer», na cidade de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Perante milhares de pessoas, boa parte das intervenções realçou a urgência da unidade em torno de uma nova candidatura presidencial de Lula, visando derrotar Jair Bolsonaro, o actual presidente, de extrema-direita, que já confirmou recandidatar-se.
O PCdoB, pela voz da sua presidente, Luciana Santos, tornou pública a adesão ao projecto de convergência político-eleitoral para apoiar Lula, envolvendo o Partido dos Trabalhadores (PT), o PCdoB e o Partido Verde, além de outras forças democráticas. Esta unidade, afirmou a dirigente comunista, é um passo importante para reverter a «terra atrasada» em que o Brasil se tornou, «com este governo de destruição». Defendeu uma agenda de soberania nacional, de retoma da industrialização e de combate às desigualdades. Considerou Lula, «o homem certo, na hora certa, para garantir essa agenda». E sublinhou a necessidade de «uma frente ampla para derrotar o neofascismo e o retrocesso do Brasil».
«Pobre não é problema
mas solução», diz Lula
Do palanque do Festival Vermelho, Lula declarou sentir «grande satisfação e emoção» em estar na comemoração do centenário do PCdoB, agradeceu o apoio e afirmou que «não é fácil um partido sobreviver 100 anos, dos quais grande parte na clandestinidade».
Com críticas à «elite escravista» do Brasil e ao presidente «fascista», mostrou ânimo para mais uma eleição presidencial. Para o ex-chefe do Estado do Brasil, «o mais difícil não é ganhar a eleição» do próximo mês de Outubro: «Se eu voltar, vou ter de fazer mais e melhor do que fiz na primeira vez».
No discurso em Niterói, Lula lembrou que os governos encabeçados por ele e Dilma Rousseff, de 2003 a 2016, elevaram o salário mínimo em 74 por cento e promoveram «a maior política de inclusão social» que o Brasil já teve. Renovou o compromisso de «colocar o povo pobre no orçamento do Estado» e explicou que viajou pelo mundo para mostrar que «o pobre não é problema, mas solução».
«Vamos recuperar a dignidade e a soberania», assegurou Lula, que se comprometeu a, se eleito, ter como primeiro acto a convocação dos 27 governadores para discutir um plano de recuperação do Brasil e um pacto federativo. «Nós vamos recuperar este país», garantiu.