Gustavo Petro, candidato pelo Pacto Histórico à presidência da República, e Francia Márquez, candidata à vice-presidência, formalizaram a sua candidatura tendo em vista as próximas eleições na Colômbia.

«O trabalho apenas começou. Queremos a 29 de Maio estar a celebrar a eleição do nosso presidente Gustavo Petro. E, naturalmente, ter pela primeira vez como vice-presidente uma mulher que representa as regiões, os territórios, as vozes excluídas e oprimidas historicamente. Não será uma tarefa fácil, mas também não será impossível», afirmou Francia Márquez, que, em caso de vitória do Pacto Histórico, será também a ministra do Ambiente.

No primeiro dia da campanha para uma eleição que promete mudar a história da Colômbia, Petro enfatizou que «não estamos aqui para manter as coisas como estão».

Os apoiantes do Pacto Histórico, coligação que aglutina forças alternativas, progressistas e de esquerda, esperam obter os votos necessários para uma vitória logo à primeira volta, elegendo Petro e Márquez para um mandato único de quatro anos (2022-2026).

A plataforma programática do Pacto Histórico, visando «mudar o país», propõe aos colombianos «um novo contrato social» para o bem-estar do povo e para «entrar enfim numa era de paz».

O programa, construído com grande participação das bases, foi concebido como «o começo de uma transição que, de imediato, tornará possível uma vida digna, a superação da violência e a justiça social e climática, ao mesmo tempo que se consolidam as condições permanentes para uma paz grande que permita a toda a sociedade colombiana uma segunda oportunidade sobre a terra».

Temas como acesso à saúde, educação, democratização do Estado, paz, arte, cultura, economia produtiva, participação da mulher e reconhecimento dos seus direitos, igualdade e justiça são centrais no programa do Pacto Histórico.

Insultos racistas
e ameaças de morte

Na Colômbia, têm sido frequentes, no debate público, em entrevistas publicadas pelos meios de comunicação, nas redes sociais, os ataques de outros candidatos contra Gustavo Petro, que aparece como favorito à vitória em todas sondagens divulgadas.

Esses ataques atingem agora também a candidata do Pacto Histórico a vice-presidente, Francia Márquez, uma mulher afro-colombiana de origem humilde e activista social. «Não são suficientes as calúnias, as manifestações racistas e machistas, e, agora, em menos de um mês, ameaçaram-me de morte duas vezes, assim como outros líderes sociais», denunciou a candidata à vice-presidência da Colômbia. E instou o presidente do país, Iván Duque, a garantir a sua integridade física, da sua família e de outros dirigentes também intimidados.

Distinguida com prémios pela sua luta ambientalista desde jovem, Francia Márquez assegura que se o Pacto Histórico triunfar nas eleições presidenciais (na primeira volta, a 29 de Maio, ou na segunda, a 19 de Junho) ela trabalhará com Gustavo Petro a favor das mulheres, das comunidades indígenas, pelos jovens e os despojados. Garante: «Estamos a escrever uma nova história para a Colômbia. A partir da vice-presidência, acompanharemos o nosso presidente Gustavo Petro na tarefa de conseguir um governo pela vida, a paz, a justiça e a igualdade social».