Polisário acusa Espanha de «erro grave» com nova posição sobre Saara Ocidental
A Espanha considera a partir de agora «a iniciativa marroquina de autonomia, apresentada em 2007, como a base mais séria, realista e credível» para a resolução do diferendo relativo ao Saara Ocidental – anunciou Marrocos na sexta-feira, 18, através de um comunicado.
No mesmo dia, a Frente Polisário, legítima representante do povo saarauí, exprimiu «surpresa» e acusou o governo de Madrid de cometer um «grave erro» ao mudar de posição, deixando de defender o direito à autodeterminação e independência do território e passando a apoiar o plano de «autonomia» marroquino.
«A posição expressa pelo governo espanhol contradiz totalmente o direito internacional», afirma a Polisário. E realça que as Nações Unidas, a União Africana, a União Europeia, o Tribunal Internacional de Justiça, o Tribunal Europeu de Justiça e todas as organizações regionais africanas não reconhecem a soberania marroquina sobre o Saara Ocidental.
Também o Partido Comunista de Espanha (PCE) divulgou imediatamente a sua posição, rejeitando que o governo espanhol se afaste dos acordos da ONU sobre o Saara Ocidental: «Reafirmamos o nosso compromisso com o povo saarauí e o seu direito à autodeterminação, bem como o nosso reconhecimento da Frente Polisário», asseguraram os comunistas.
O PCE «continuará a defender uma solução política justa, duradoura e mutuamente aceitável, no quadro das Nações Unidas, para resolver o conflito do Saara Ocidental». E mais: «O PCE considera como representante legítimo do povo saarauí a Frente Polisário e continuará de forma solidária a defender o seu direito à autodeterminação, a monitorização dos direitos humanos no Saara Ocidental pela Minurso [Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental] e a liberdade dos presos políticos saarauís».