CNA reclama medidas urgentes para combater a especulação

A Con­fe­de­ração Na­ci­onal da Agri­cul­tura (CNA) exige «me­didas ur­gentes e efi­cazes» para com­bater o au­mento dos custos de pro­dução que «não param de au­mentar im­pul­si­o­nados por um forte ca­rácter es­pe­cu­la­tivo».

Ma­no­bras es­pe­cu­la­tivas com o preço das ma­té­rias-primas

Os pro­blemas agravam-se com o «con­ti­nuado es­ma­ga­mento dos preços pagos à pro­dução, mor­mente pela grande dis­tri­buição». «A su­bida dos preços da elec­tri­ci­dade e dos com­bus­tí­veis au­mentam as des­pesas de pro­dução e trans­for­mação das ex­plo­ra­ções agrí­colas, de trans­porte de bens e também as des­lo­ca­ções da po­pu­lação para aqui­sição de ali­mentos», ad­verte a CNA em nota de 27 de Ja­neiro, fri­sando que, «in­de­pen­dente da carga fiscal exis­tente», estes au­mentos «têm na sua origem ma­no­bras es­pe­cu­la­tivas com o preço das ma­té­rias-primas e com as mar­gens de co­mer­ci­a­li­zação (e trans­for­mação)».

Pa­ra­le­la­mente, acusam os agri­cul­tores, «os pro­cessos de li­be­ra­li­zação e pri­va­ti­zação de sec­tores es­tra­té­gicos» do País, «ao invés do que foi apre­goado, nada con­tri­buíram para re­duzir preços, muito pelo con­trário: lu­cram os es­pe­cu­la­dores e perdem os agri­cul­tores e os con­su­mi­dores».

Entre ou­tras me­didas para «com­bater a es­pe­cu­lação» no sector, a CNA re­clama, por exemplo, a re­gu­lação dos preços dos com­bus­tí­veis e da elec­tri­ci­dade, bem como a fis­ca­li­zação dos me­ca­nismos de for­mação dos preços, de­sig­na­da­mente dos fac­tores de pro­dução, co­lo­cando a Au­to­ri­dade de Se­gu­rança Ali­mentar e Eco­nó­mica a agir com ce­le­ri­dade e o fun­ci­o­na­mento da Pla­ta­forma de Acom­pa­nha­mento das Re­la­ções na Ca­deia Agro­a­li­mentar para ava­liar os preços pagos à pro­dução. No que res­peita aos com­bus­tí­veis, «deve ser au­men­tado o des­conto nos im­postos em vigor para o ga­sóleo de forma a ate­nuar os en­cargos dos agri­cul­tores», con­si­dera a Con­fe­de­ração.

Elec­tri­ci­dade verde por con­cre­tizar

A CNA lembra que já devia estar em vigor, desde 1 de Ja­neiro, a me­dida da elec­tri­ci­dade verde, que o an­te­rior go­verno do PS ainda não a con­cre­tizou, des­res­pei­tando a As­sem­bleia da Re­pú­blica e pre­ju­di­cando os agri­cul­tores que não be­ne­fi­ci­aram do apoio a que têm di­reito.

«A somar, a seca está a au­mentar os en­cargos nas ex­plo­ra­ções, com ne­ces­si­dades de rega e com a di­mi­nuição das pas­ta­gens que obriga a re­correr a ra­ções, também cada vez mais caras», sa­li­entou a Con­fe­de­ração, adi­an­tando que «num con­texto de al­te­ra­ções cli­má­ticas, em que estas si­tu­a­ções podem ser mais fre­quentes», o an­te­rior exe­cu­tivo PS de­veria ter agido de «modo pre­ven­tivo e sem de­moras» e «pôr em fun­ci­o­na­mento a Co­missão Per­ma­nente da Seca».

«Em termos es­tra­té­gicos para o fu­turo, im­porta cor­rigir erros, como os que co­locam a água fi­nan­ciada pelo in­ves­ti­mento pú­blico ao ser­viço de grandes ex­ten­sões de mo­no­cul­turas super-in­ten­sivas, ao invés de ca­na­lizar esse in­ves­ti­mento para a pro­dução dos ali­mentos ne­ces­sá­rios ao con­sumo da po­pu­lação», acusa a CNA, para quem «im­porta pro­mover a pro­dução de ce­reais para col­matar as ne­ces­si­dades da ali­men­tação animal e para re­duzir a de­pen­dência do ex­te­rior em com­po­nentes para ra­ções».

 



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