Refinaria do Porto em balanço

«Perante factos, poucos argumentos haverá para não reverter o encerramento da refinaria do Porto», afirmou a Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal, num comunicado em que fez o balanço de um ano decorrido desde o anúncio do fecho daquele importante complexo petroquímico.

Aquele objectivo é «algo que continua a ser possível e necessário, tanto para a empresa como para o País, e que a CCT não desiste de afirmar, perante os dados concretos de que dispõe».

Em dez pontos, a estrutura representativa dos trabalhadores destacou os despedimentos (centenas na Petrogal e milhares nas empresas prestadoras de serviços). Referiu o aumento das importações de produtos petrolíferos, transportados em camião-cisterna, assim contrariando os argumentos «verdes» que justificaram a decisão da Petrogal. Assinalou a «vertiginosa» valorização de mais de 20 itens que eram produzidos naquela refinaria. Registou o regresso da Shell ao mercado português.

Por outro lado, o fecho da refinaria «pouco ou nada determinou» quanto ao propalado objectivo de redução de emissões de CO2. A instalação industrial «era das mais eficientes, em termos energéticos», e as previsões da Agência Internacional da Energia apontam para um recorde do aumento das emissões em 2021 (na ordem dos cinco por cento).

Depois de «nove meses de silêncio e total conivência com a administração», o primeiro-ministro teve «um episódio de histerismo eleitoralista, mas já lhe passou».

 

Moeda de troca

A CCT da Petrogal viu confirmado que o encerramento da refinaria «terá sido a moeda de troca, num negócio cujo objectivo seriam os milhões da dita bazuca europeia» e, «perante os 1700 milhões de euros em projectos pré-aprovados, no âmbito do PRR, tudo parece ser mais claro».

No entanto, relativamente aos fundos europeus prometidos, a CCT «repara que continuamos no plano das declarações de intenções» e exige que o apoio público seja fiscalizado, para essas verbas «não servirem a vertigem dos dividendos».

O anúncio do encerramento da refinaria do Porto, que esteve em laboração em Leça da Palmeira (Matosinhos), desde 1969, foi formalizado a 21 de Dezembro de 2020. A produção parou a 30 de Abril de 2021.

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Votar por mudança e aumento «robusto»

Perante a subida dos preços e o crescimento da pobreza, a CGTP-IN exigiu um «robusto aumento de salários» e defendeu que o voto dos trabalhadores deve servir para alterar opções e políticas.

Emprego sob chantagem no parque da VW Autoeuropa

O SITE Sul repudiou o comportamento das multinacionais que acumulam há décadas lucros de milhões de euros e obtêm apoios do Estado, mas tratam como descartáveis os obreiros do seu sucesso.

«O teu voto decide»

«Com o seu voto, os trabalhadores podem decidir a efectiva mudança que abra caminho a uma política de esquerda e soberana, que recuse a submissão do País ao grande capital e aos ditames da União Europeia», afirma-se na edição de Janeiro do Jornal do STAL, que titula, na primeira página: «O teu voto decide!». Chamando...

Oportunidade da democracia

O Secretariado Nacional da Fenprof aprovou, na sua reunião de 6 e 7 de Janeiro, uma posição sobre as próximas eleições, defendendo ser «necessário que professores, educadores e investigadores votem, aproveitando a oportunidade que a democracia lhes dá, contribuindo para valorizar a sua profissão, defender a Escola...

CT por participação activa

Do encontro regional de comissões de trabalhadores da região de Lisboa, esta segunda-feira, dia 3, saiu um apelo à participação massiva dos trabalhadores nas próximas eleições. Na resolução aprovada, divulgada pela Comissão Coordenadora das CT da Região de Lisboa (CIL) e citada pela agência Lusa, defende-se que aquela...

Comemorações do 18 de Janeiro

Começam este domingo as comemorações do 88.º aniversário do levantamento operário de 18 de Janeiro de 1934 na Marinha Grande, promovidas pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira. Um passeio pedestre tem partida marcada para as 9h30, frente à sede do STIV. A partir das 15h30, há programação para crianças,...

Inquietação no CNC de Coimbra

O Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), criado em 1990 como instituição privada sem fins lucrativos (IPSFL), vai passar para a órbita pública, no universo da Universidade de Coimbra, mas este processo não deve ser feito em prejuízo dos quadros técnicos e dos investigadores contratados. O alerta, dado pelo...