Síria considera «crimes de guerra» planos de Israel para Golã ocupado
O governo sírio condenou de modo enérgico os novos planos aprovados por Israel para construir colonatos nos Montes Golã ocupados e disse que tais planos equivalem a «crimes de guerra». Damasco rechaça a escalada grave e sem precedentes das autoridades de ocupação nos Golã, que se traduziu recentemente no confisco de terras e propriedades, na mudança demográfica e no saque de recursos naturais, com o objectivo de perpetuar a ocupação.
Uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síria qualificou de «provocatória e vil» a recente visita do primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, aos Montes Golã e a aprovação pelo seu governo de um plano de milhões de dólares com o propósito de duplicar o número de colonos mediante a construção de novos colonatos.
Esta acção constitui uma clara violação das normas do direito internacional, da IV Convenção de Genebra e da Resolução 497 do Conselho de Segurança que considerou nula e sem valor o efeito legal internacional da decisão de Israel impor as suas leis nos Golã, pormenoriza o texto.
Os Montes Golã, sublinha a nota, é parte inseparável do território da Síria, que trabalha para recuperá-lo por todos os meios disponíveis e garantidos pelo direito internacional.
Damasco instou as Nações Unidas e os seus Estados membros a assumir as suas responsabilidades, pressionando Telavive para que ponha fim à sua ocupação e rejeitando a situação jurídica derivada das violações das autoridades de ocupação das normas do direito internacional. A conduta «irresponsável e provocatória» de Israel não teria chegado a este ponto sem a protecção que lhe deram as sucessivas administrações norte-americanas, conclui a declaração síria.
Israel ocupou os Montes Golã depois da denominada Guerra dos Seis Dias, em 1967, e incorporou esse território no seu sistema jurídico em 1981, o que foi rechaçado pela comunidade internacional. A anterior administração dos EUA, de Donald Trump, reconheceu em 2018 a soberania israelita sobre esta região, em violação clara e flagrante das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.