Cartão do Adepto com dias contados

Foi re­jei­tado no Par­la­mento, com os votos contra de PS e CDS, a abs­tenção de PSD e Chega e os votos fa­vo­rá­veis das res­tantes ban­cadas e de sete de­pu­tados do PS,o pro­jecto de lei do PCP que vi­sava eli­minar o Cartão do Adepto e as zonas com con­di­ções es­pe­ciais de acesso e per­ma­nência de adeptos. Já uma pro­posta da Ini­ci­a­tiva Li­beral com idên­tico ob­jec­tivo ob­teve apro­vação na ge­ne­ra­li­dade, bai­xando à co­missão para de­bate na es­pe­ci­a­li­dade.

Do de­bate ficou en­tre­tanto claro que o des­tino do Cartão do Adepto está tra­çado e di­fi­cil­mente ha­verá re­médio que o salve. «Que se des­faça o que está mal feito e que se faça uma ver­da­deira dis­cussão sobre o pro­blema com todos os agentes des­por­tivos, não contra eles, mas com eles», exortou, dia 10, a de­pu­tada co­mu­nista Alma Ri­vera, re­fe­rindo-se ao que ela pró­pria de­finiu como sendo o com­pro­misso e si­mul­ta­ne­a­mente o de­safio as­su­mido pela sua ban­cada no «dia em que de­se­ja­vel­mente en­ter­ramos o cartão».

E mo­tivos não faltam para o fazer face a uma me­dida do Go­verno que, pe­rante pro­blemas com­plexos e si­tu­a­ções de vi­o­lência que é pre­ciso com­bater, adoptou o «ca­minho mais fácil», que é «res­ponder pela via re­pres­siva com me­didas de con­trolo ainda mais aper­tadas do que as que já exis­tiam», cri­ticou a par­la­mentar co­mu­nista.

«Co­meter um acto de van­da­lismo, co­meter um acto vi­o­lento, xe­nó­fobo ou ra­cista é crime. Apoiar um clube, uma equipa ou até um atleta não é crime, nem pode se­quer ser in­dício», ar­gu­mentou Alma Ri­vera, de­fen­dendo, por isso, de forma ca­te­gó­rica, «puna-se o crime co­me­tido, pre­vina-se os com­por­ta­mentos, mas não se sa­cri­fi­quem di­reitos dos ci­da­dãos à bo­leia de su­postas me­didas de se­gu­rança, que ainda por cima não são se­quer efi­cazes.




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