José Carlos de Almeida uma vida ao serviço do Partido

Com um al­moço na Quinta da Ata­laia, no dia 10 de Se­tembro, o PCP as­si­nalou o no­na­gé­simo ani­ver­sário do ca­ma­rada José Carlos de Al­meida.

Re­side nesta en­trega total o «se­gredo» dos co­mu­nistas por­tu­guesas

Pre­sentes es­ti­veram a sua com­pa­nheira, Faus­tina Bar­radas, as três fi­lhas, Ca­ta­rina, Maria Elisa e Va­len­tina, netos e ou­tros fa­mi­li­ares, bem como muitos ca­ma­radas e amigos que qui­seram saudar uma vida in­tei­ra­mente de­di­cada ao ideal co­mu­nista, ao Par­tido da classe ope­rária e de todos os tra­ba­lha­dores.

José Ca­pucho, do Se­cre­ta­riado do Co­mité Cen­tral, sa­li­entou, aliás, isso mesmo. Lem­brando que o mo­mento não era de ho­me­nagem, mas de ce­le­bração fra­terna do ani­ver­sário de um re­vo­lu­ci­o­nário de ele­vada têm­pera, o di­ri­gente co­mu­nista sa­li­entou o exemplo de mi­li­tante co­mu­nista pro­ta­go­ni­zado por José Carlos de Al­meida: co­ra­joso, or­ga­ni­zador e di­na­mi­zador da luta dos tra­ba­lha­dores e do povo, que sempre co­locou em­penho e rigor em todas as ta­refas que lhe foram atri­buídas, das mais com­plexas às mais sin­gelas.

José Ca­pucho re­cordou, de­pois, al­gumas das res­pon­sa­bi­li­dades que foram atri­buídas a José Carlos de Al­meida desde que in­gressou nas fi­leiras do PCP, em 1957, e no quadro de fun­ci­o­ná­rios, em 1962.

Da co­missão de jo­vens das can­di­da­turas de Ar­lindo Vi­cente e Hum­berto Del­gado à cé­lula dos tra­ba­lha­dores ban­cá­rios de Lisboa (per­tenceu, de resto, à pri­meira Co­missão de Tra­ba­lha­dores do Banco Totta & Açores, onde tra­ba­lhava), de ac­ti­vista do ci­ne­clube de Lisboa, José Carlos de Al­meida passou, já como clan­des­tino, pelos co­mités lo­cais de Lisboa e do Porto, tendo sido co­op­tado para o Co­mité Cen­tral em 1973, órgão a que per­tenceu até 1988.

Preso a 21 de Abril de 1973, a quatro dias da Re­vo­lução de Abril, ficou co­nhe­cido como o preso sem nome, já que se re­cusou sempre a re­velar a sua iden­ti­dade pe­rante a po­lícia po­lí­tica. Nem mesmo o fez nas pri­meiras horas da Re­vo­lução dos Cravos quando ques­ti­o­nado por um mi­litar, visto não pos­suir in­for­ma­ções fi­de­dignas do que es­tava a su­ceder.

De­pois do 25 de Abril de 1974, José Carlos de Al­meida volta a as­sumir ta­refas na Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Norte, tendo pos­te­ri­or­mente as­su­mido ta­refas nas Beiras, mais con­cre­ta­mente em Coimbra. In­tegra de­pois o sector do Pa­tri­mónio Cen­tral, as­su­mindo a res­pon­sa­bi­li­dade da Quinta da Ata­laia, ha­vendo marcas da sua de­di­cação mi­li­tante em boa parte do es­paço onde o PCP re­a­liza a Festa do Avante! e na es­cola do Par­tido, des­tacou ainda José Ca­pucho.

José Carlos Al­meida, por seu lado, agra­deceu a todos os pre­sentes e ao Par­tido pela co­me­mo­ração dos seus 90 anos e la­mentou não poder dar mais ao PCP e à causa re­vo­lu­ci­o­nária nesta fase da sua vida, de­mons­trando, assim, que re­side nesta con­duta de en­trega total o «se­gredo» da lon­ge­vi­dade e cons­tância dos co­mu­nistas por­tu­guesas na luta pelo fim da ex­plo­ração do homem pelo homem.



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