Ryanair merece resposta soberana
O PCP considera que «as declarações do patrão da Ryanair constituem mais uma provocação e um acto de guerrilha mediática que merecem repúdio e indignação, e não a subserviência a que voltamos a assistir». O Partido reagiu, através de uma declaração do deputado e membro do Comité Central Bruno Dias, às declarações do presidente executivo da Ryanair, Michael Kevin O'Leary, que acusou a TAP de bloquear vagas horárias para aterragem e descolagem de aviões (slots), impedindo a companhia irlandesa de expandir a sua actividade em Lisboa.
Para o Partido, «este novo ataque à TAP e à soberania nacional», traduzido no facto de a Ryanair «exigir apoderar-se das slots, das posições que a TAP detém no Aeroporto de Lisboa», constitui «mais um exemplo do que é a prática das multinacionais: aproveitar a crise pandémica para tentar obter novas vantagens e lucros».
Na declaração, Bruno Dias também salientou que «a TAP faz falta ao País e precisa de retomar funções estratégicas: na ligação às regiões autónomas ou às comunidades portuguesas, entre outras missões cruciais». Nesse sentido, «a solução para aviação civil nacional não é desmantelar a companhia aérea de bandeira nem atacar emprego e direitos».
«Mas seguramente também não é a submissão ao poder económico de quem tem sido reiteradamente condenado nos tribunais por sistemáticas violações da lei portuguesa», acrescentou ainda o eleito comunista, que recordou que, ao contrário do que apregoa, a multinacional «recebeu milhões em subsídios ao longo de anos», e manifestou a solidariedade do PCP «para com os trabalhadores da Ryanair e para com todos os trabalhadores do sector aéreo».