EUA garantem refúgio a terroristas nas bases militares ilegais na Síria
Pelo menos 40 terroristas, membros do chamado «Estado Islâmico» (conhecido também pelo acrónimo árabe Daesh), foram realocados no domingo, 8, pelas forças militares norte-americanas, para serem utilizados em ataques contra alvos do Estado sírio, informa de Damasco a agência noticiosa SANA.
Os extremistas desse agrupamento, inscrito na lista do terrorismo internacional, foram transferidos para a base ilegal dos EUA no sul da cidade de Shahahi, na província norte-oriental de Hasakeh, onde recebem treino para depois realizar operações no quadro dos planos de Washington.
Activistas citados pela agência noticiosa referem que esse grupo de terroristas foi sacado das prisões controladas pela milícia separatista denominada Forças Democráticas da Síria (FDS), apadrinhada por Washington. O processo de transferência efectuou-se com intensa cobertura de helicópteros e aviões de reconhecimento norte-americanos.
Entre os terroristas realocados figuram um cabecilha dos grupos de espionagem do Daesh e especialistas no fabrico de explosivos, pormenorizaram as fontes.
O comando militar norte-americano transferiu em helicópteros ao longo dos últimos meses centenas de extremistas até às bases dos EUA estabelecidas ilegalmente perto dos campos de petróleo em território da Síria.
A missão desses mercenários, segundo denunciam as autoridades de Damasco, centra-se em desestabilizar as zonas controladas pelas forças governamentais atacando o exército sírio, os seus aliados e as comunidades civis, além de proteger as instalações petrolíferas ocupadas por tropas norte-americanas. Tropas norte-americanas que saqueiam não só petróleo da Síria como trigo cultivado pelos camponeses locais.
O governo sírio denunciou em várias ocasiões que Washington oferece refúgio e protecção aos terroristas nas suas bases, onde os treinam e armam ao serviço dos seus planos desestabilizadores. Mais denunciou que os recentes ataques do Daesh contra militares e civis no deserto são planificados e facilitados pelas forças norte-americanas, que lhes oferecem armas e informações de inteligência com o objectivo de prolongar a guerra na Síria.
Política de reconciliação
Pelo menos 400 membros de grupos irregulares depuseram armas e entregaram-se, no dia 8, às forças de segurança na província oriental de Deir Ezzor, a mais de 400 quilómetros a nordeste da capital, Damasco.
Todos foram indultados em virtude das leis vigentes, depois de se comprovar que não cometeram crimes graves, declarou o chefe tribal Abdulah Shalash, do Centro de Reconciliação Nacional.
Assegurou que esta iniciativa demonstra o interesse do governo sírio em levar avante o processo de reconciliação para que os jovens que pegaram em armas num determinado momento da guerra possam reintegrar-se na sociedade e contribuir para a reconstrução do país.
O presidente Bashar al-Assad promulgou um decreto legislativo que concede indultos à maioria de autores de crimes cometidos antes de Maio de 2021. A medida, baseada numa política de perdão e reconciliação, exclui os autores de delitos de contrabando de armas, traição, espionagem, magnicídio e acções terroristas que tenham causado mortes de civis ou militares.