«Soberania alimentar» faz 25 anos
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) assinala a passagem de 25 anos sobre as iniciativas e campanhas camponesas nas comunidades para tornar realidade a «soberania alimentar»: alimentação saudável, solos e sementes camponesas, agro-ecologia, etc. Esta visão de uma relação harmoniosa com a natureza, e entre comunidades, praticada durante milhares de anos, foi definida pela Via Campesina e organizações aliadas na Cimeira Mundial da Alimentação de 1996, em Roma.
«Soberania alimentar» ficou assim definida como o «direito dos povos a produzir alimentos saudáveis, nutritivos, cultural e climaticamente apropriados de forma autónoma e através de práticas agro-ecológicas, com o objectivo principal de satisfazer as necessidades alimentares das suas comunidades», realça a CNA, lembrando que desde o seu lançamento, há 25 anos, o conceito evoluiu.
Assim, em 2007, a definição de «Soberania Alimentar» foi alargada, sendo hoje entendida como: o direito dos povos a alimentos saudáveis e culturalmente apropriados produzidos através de métodos sustentáveis e ambientalmente responsáveis; o direito dos povos a definirem os seus próprios sistemas agrícolas e alimentares; a prioridade dada às economias e mercados locais e nacionais e à agricultura familiar, pesca tradicional e pastorícia, bem como à «produção, distribuição e consumo de alimentos com base na sustentabilidade ambiental, social e económica»; o comércio transparente que garanta um rendimento justo; a defesa de novas relações sociais, livres de opressão e desigualdade.