Serpa investe no desenvolvimento e na proximidade com as pessoas

O projecto distintivo da CDU – com provas dadas, trabalho e obra realizada quer continuar a transformar e a revolucionar o município de Serpa. Ao Avante!, Tomé Pires, presidente da Câmara Municipal, que se candidata nas próximas eleições à Assembleia Municipal, faz um balanço muito positivo dos últimos mandatos, apesar das dificuldades criadas pelo Poder Central.

«Podemos apoiar modos de produção mais sustentáveis»

Porque não te voltas a candidatar a presidente da Câmara Municipal de Serpa (CMS)?
Tem a ver com diversas variáveis, quer do ponto de vista pessoal, quer do ponto de vista colectivo. Seguindo aquilo que é o nosso tradicional processo de auscultação, de definição da composição das listas, entendemos que esta é a melhor solução para a CDU e para o concelho. Independentemente do lugar que ocupo, continuo bastante satisfeito por continuar a fazer parte deste projecto.

Que avaliação fazes do trabalho desenvolvido pela CDU neste concelho?
Muito positiva. Se nos reportarmos aos últimos oito anos, há sempre muita coisa que fica por fazer, como há muitas que fizemos e que no início nem perspectivávamos fazer.

Não podemos fugir a duas questões que acabaram por influenciar estes últimos dois mandatos: a crise financeira e económica, e, agora, a epidemia por COVID-19. No primeiro caso, conseguimos dar resposta do ponto de vista financeiro, equilibrando as nossas contas. Agora, trabalhámos para não deixar as contas desequilibrar e dar uma resposta à população.

e relativamente a obras no terreno?
Há um trabalho que não é muito valorizado, mas que é muito importante: a manutenção das nossas infra-estruturas, ao nível da distribuição da água e do tratamento de esgotos, que carece de um grande investimento, bem como a requalificação do parque escolar, dentro do que são as nossas competências.

Depois, sair um pouco daquilo que são as competências mais directas e ter um papel mais activo naquilo que tem a ver com o desenvolvimento do próprio território. Não vale a pena termos tudo arranjadinho se não tivermos cá pessoas. Nos últimos anos temos desenvolvido várias acções debaixo de uma estratégia que tem vindo a contribuir para a fixação de gente no interior, dando condições para a criação de mais postos de trabalho.

No entanto, tem que haver a componente do Poder Central, de investimento, para que essas acções tenham resultados maiores.

Podes dar um exemplo concreto?
Identificando um dos principais recursos do nosso território, que é a terra, potenciada pela água do Alqueva, sabemos que podemos produzir mais em quantidade e diversidade. Nós, municípios, não vamos produzir, mas podemos apoiar modos de produção mais sustentáveis e, principalmente, criar condições para que a transformação-agro se fixe no território.

Mas, se há 20 anos tivesse sido executado o IP8 – que ligava Sines a Vila Verde de Ficalho e posteriormente a Sevilha – teriam sido criados mais postos de trabalho, até porque as duas zonas industriais do concelho seriam atravessadas por aquela via.

Mesmo assim, de quantos postos de trabalho podemos estar a falar?
A última empresa que se instalou em Serpa, a Pomares do Sol, além da vinha tem a unidade de embalamento e tratamento de produtos. No período de menor necessidade têm a trabalhar entre 25 a 30 pessoas, mas podem chegar a cerca de 100.

A curto e médio prazo, na nova Zona Industrial – na primeira fase, com 25 lotes (oito hectares) – poderão ser potenciados 400 ou 500 postos de trabalho directos.

O que falta fazer da parte do Poder Central?
Em termos de acessibilidades falámos do IP8, mas há mais necessidades, como a electrificação da ferrovia até Beja e depois para a Funcheira. Isso era essencial para o desenvolvimento do território.

Na área da saúde, os serviços funcionam com horários reduzidos, por falta de profissionais. Depois, defendemos que o Hospital de São Paulo volte a ser gerido pelo Ministério da Saúde.

Paralelamente, reclamamos a requalificação da Escola Secundária de Serpa, existindo necessidades de intervenção noutras escolas, como em Vila Nova de São Bento. Há outra questão, que tem a ver com os rácios dos auxiliares de acção educativa completamente desajustados da realidade.

Outro dos problemas passa pela segurança. Apesar do novo Posto Territorial de Serpa da GNR, num edifício cedido pelo município (antiga escola primária), continuam a existir necessidades em termos de equipamentos e de efectivos, tendo em conta a dimensão e as características rurais do concelho.

Mais duas questões que consideramos essenciais: os CTT e a distribuição de energia em baixa tensão deviam ser assegurados pelo Estado português.

A epidemia por COVID-19 impediu a concretização de projectos que estavam anunciados?
Podemos dizer que não inviabilizou os projectos, mas logicamente que os atrasou.

 

Criação de emprego e salvaguarda do património

Entre outros projectos já avançados, a nova Zona Industrial de Serpa (um projecto de 2,5 milhões de euros) vai acolher o Centro Tecnológico Agro-alimentar do Alentejo (CETAA), num valor total de cerca de dois milhões de euros, comparticipados a 85 por cento pelo Alentejo 2020. O CETAA será dotado de todas as infra-estruturas de base para reproduzir processos semi-industriais e requisitos legais e ambientais exigidos ao licenciamento das actividades económicas dos seus clientes, constituindo-se como uma unidade de apoio à introdução de inovação e facilitadora da transferência de tecnologia para as pequenas e médias empresas (PME) do sector agro-alimentar do Alentejo.

Outra das «apostas» passa pela salvaguarda do património, criando mais conteúdos museológicos e pontos de atracção, que vão potenciar a restauração, as dormidas, a produção local diferenciada. «Há vários indicadores de que isso irá acontecer. Um deles é a assinatura de um protocolo com uma operadora turística norte-americana que, numa primeira fase, a partir de 2022, vai fazer paragem em Serpa. Está também em desenvolvimento a construção de um hotel, com mais de 40 quartos, que irá potenciar as visitas com permanência», destacou Tomé Pires.

 

Mandato de intervenção

No sábado, 29 de Maio, reabriu o Mercado Municipal de Serpa, após obras profundas de requalificação. Ali estão disponíveis oito novas lojas, dois talhos, uma peixaria, várias bancas de fruta e legumes, bem como de enchidos e produtos tradicionais e ainda um café, dotado de uma esplanada.

Outra das novidades deste espaço é o Centro Interpretativo do Queijo, o produto de excelência do concelho, onde se valoriza este produto, dando destaque à forma como é produzido.

Para completar a oferta, no novo Mercado encontra-se também uma Loja do Queijo, uma Loja dos Vinhos e uma nova Cozinha Experimental.

Segundo revelou Tomé Pires, este espaço está integrado na Rede Municipal de Mercados que está a nascer em todas as freguesias do concelho, fruto de uma candidatura ao Programa Valorizar, intitulada «Serpa, Mercados em Rede», integrando-a na oferta turística.

Prestes a «abrir portas» está também o Museu do Cante e o passadiço do Pulo do Lobo, «inserido naquilo que é a nossa estratégia de salvaguarda do património». Simultaneamente, acrescentou o autarca, vão ser desenvolvidas no período das férias escolares «obras em todas as escolas da nossa competência, do pré-escolar ao primeiro ciclo», com valores que vão dos 20 aos 90 mil euros, e um conjunto de intervenções na rede viária municipal.

Muito recentemente, terminaram as obras de requalificação do Jardim Municipal de Serpa e do Jardim de Brinches. Importante foi também a intervenção no Pavilhão e nas piscinas municipais (coberta e descoberta), bem como no campo de jogos em Pias.

 

«Fazer o melhor possível por este concelho

João Efigénio, 62 anos, funcionário da Administração Tributária e Aduaneira, actual presidente da Assembleia Municipal (AM) de Serpa, independente, encabeça a lista da CDU à Câmara Municipal do concelho.

Interrogado porque escolheu a CDU, espaço de participação que junta PCP, PEV, ID e milhares de mulheres e homens sem filiação partidária, o candidato frisou que «este é um projecto distintivo das restantes forças políticas e, apesar de não ter nada contra as listas de independentes, só faz sentido uma candidatura deste tipo, com história, credível e objectiva».

Mas o que pode acrescentar João Efigénio como presidente da Câmara Municipal? «O trabalho da CDU é sempre em equipa. Em termos pessoais, poderei ter uma posição mais abrangente. Quando tomei posse como presidente da AM disse às restantes forças políticas que não íamos estar sempre de acordo, mas há um objectivo comum, que é o bem do concelho, deixar de lado as coisas que nos separam e encontrar pontos que nos unam», afirmou.

Para os próximos quatro anos, referiu que é preciso «continuar e levar até ao fim os projectos da CDU que já estão iniciados e lançados», criando mais condições para «a fixação de pessoas», aproveitando «as potencialidades locais, o património e os produtos».

O grande desafio será mesmo a descentralização de competências do Estado para as autarquias. «Além do que já está visto, temos governos que não têm cumprido com a Lei das Finanças Locais. Não vamos acreditar que nos vão dar condições para assumirmos competências. Vai ser um desafio muito grande para a estrutura da Câmara», anteviu João Efigénio.

Dirigindo-se à população do concelho, frisou que a única promessa da CDU é de «trabalho, honestidade e competência» e de «fazer o melhor possível por este concelho», aprofundando «a ligação às pessoas e às empresas».

 



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