Greve forte nas cantinas respondeu ao ataque patronal

Os trabalhadores das cantinas, refeitórios, fábricas de refeições e bares concessionados fizeram greve no dia 17 e decidiram realizar novas formas de luta, caso a Ahresp persista na sua ofensiva.

Aos baixos salários, a Ahresp quer somar retirada de direitos

A paralisação, de âmbito nacional, teve a adesão de mais de 80 por cento dos trabalhadores, segundo a estimativa divulgada pela Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal.

Numa nota publicada ao início da tarde desta segunda-feira, a Fesaht/CGTP-IN assinalou o «forte impacto» da greve nas cantinas escolares, «com centenas de cantinas encerradas, o que levou ao encerramento de muitas escolas no segundo período de aulas». Realçou ainda que «estão apenas a ser garantidos serviços mínimos, na maioria das cantinas hospitalares». A luta fez-se sentir igualmente «em IPSS, institutos públicos, fábricas industriais e outras unidades».

Para a federação, «esta grande adesão é a resposta firme e cabal dos trabalhadores à intransigência da Ahresp» que pretende impor salários baixos e retirar direitos, persistindo no «arrastamento do processo negocial desde 2004».

No dia da greve, a federação e os sindicatos promoveram concentrações de trabalhadores junto da sede da associação patronal, em Lisboa (onde esteve a Secretária-geral da CGTP-IN), e das suas delegações no Porto (onde a solidariedade do PCP foi transmitida pela deputada Diana Ferreira), em Coimbra e em Albufeira.

Os trabalhadores, como se reafirmou numa moção aprovada nas concentrações, exigem aumentos salariais justos e dignos, respeito pelos seus direitos e negociação imediata do contrato colectivo de trabalho, com manutenção de todos os direitos nele consagrados.

Os sindicatos ficaram mandatados para convocarem novas formas de luta, se não houver uma resposta positiva da Ahresp às reivindicações.

A associação patronal «pôs em causa a boa fé negocial», ao enviar à Fesaht «uma proposta de revisão global muito diferente da que estava a ser negociada, voltando atrás nas suas posições, para retirar mais direitos conquistados há dezenas de anos pela luta dos trabalhadores», acusa-se na moção.

A Ahresp, com a sua nova proposta, pretende, designadamente, «retirar o direito ao subsídio nocturno, reduzir o valor do trabalho suplementar, do trabalho prestado em dia de folga e em dia feriado, impor bancos de horas e horários concentrados de 12 horas diárias, impor transferências abusivas e polivalências desqualificativas e desvalorizativas».

 



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