Encontro Nacional de CT exige anulação de entraves legais

Em Coimbra, no dia 14, reuniram-se 120 representantes de meia centena de comissões de trabalhadores, sub-CT e comissões coordenadoras de CT, reafirmando que este é «um movimento com futuro».

A criação de novas CT compensa o efeito da destruição de empresas

O 22.º Encontro Nacional de Comissões de Trabalhadores decorreu, durante a manhã e tarde da passada sexta-feira, no Pavilhão da Palmeira, do centenário Sport Club Conimbricense. No final, os participantes desfilaram até à Praça 8 de Maio, para divulgar as conclusões do encontro, dinamizado pela recentemente constituída Comissão Coordenadora das CT da Região Centro.

A discussão decorreu a partir de uma proposta de documento-base, onde se começa por referir que as reivindicações saídas do anterior encontro nacional, realizado no Porto a 8 de Junho de 2018, no fundamental, «ainda não obtiveram resposta satisfatória para os trabalhadores».

Neste período, «é notório o agravamento da situação, não só por força da epidemia», já que houve «extremamente negativas acções oportunistas patronais», «sob o complacente olhar da Autoridade para as Condições do Trabalho e a cumplicidade de uma comunicação social domesticada».

As comissões de trabalhadores, com direitos garantidos na Constituição e no Código do Trabalho, enfrentam «muitas condicionantes», desde logo «o retrocesso legislativo, o défice democrático nas empresas, as políticas indutoras e protectoras de situações de repressão e assédio».

Com o encerramento de grandes empresas, num quadro de desmantelamento do aparelho produtivo nacional, «o número de comissões de trabalhadores só não tem diminuído significativamente pela criação de novas CT em outras empresas, em locais de trabalho não só do sector privado como do público».

A confirmar a afirmação de que as CT são «um movimento com futuro», no documento final deste 22.º Encontro Nacional recorda-se que há «activas comissões e sub-comissões de trabalhadores do Minho ao Algarve», incluindo coordenadoras sectoriais e as coordenadoras regionais de Braga, do Porto, de Lisboa, de Setúbal e do Centro (cuja recente formação «veio dar resposta a uma lacuna há muito sinalizada»).

Na Resolução – onde se assinala que foram «muitas as vitórias alcançadas» (aumento dos salários, defesa de direitos, rejeição de «bancos» de horas, melhores condições em teletrabalho), «fruto da luta que importa aprofundar e prosseguir» – traça-se «algumas linhas estratégicas para a intervenção» nos próximos tempos.

Em primeiro lugar, as CT propõem-se «continuar (aprofundando e respeitando as competências e independência das estruturas) a linha de convergência e cooperação com o movimento sindical unitário».

No segundo ponto, de um total de dez em que foram estruturadas as linhas de intervenção, preconiza-se «desenvolver a luta para que, no plano legislativo, se proceda às alterações do Código do Trabalho que eliminem o conjunto das normas gravosas para os trabalhadores» e que «simplifiquem, agilizando, os processos de constituição das CT».

A lei deve atribuir aos membros de CT, sub-CT e coordenadoras «os créditos em tempo que permitam a boa prossecução das competências atribuídas». Por outro lado, é preciso que a legislação laboral «aumente, severamente, as penalizações ao incumprimento patronal das normas estabelecidas».

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Unidade na luta por aumentos salariais

Em acções realizadas no final da semana passada, os trabalhadores de duas importantes unidades industriais, organizados no SITE Norte, deixaram bem claro que não abdicam de melhorias salariais e outras exigências, inscritas nos cadernos reivindicativos a que as administrações persistem em não...

Multinacionais procuram «via verde» para o lay-off

O Governo deve ser «rigoroso perante as multinacionais que, alegando terem falta de componentes, querem uma “via verde” para o recurso ao lay-off», exigiu a Fiequimetal/CGTP-IN. «Em boa verdade, a existência de perturbações no fornecimento de componentes não pode ser motivo para que multinacionais como a Bosch, a Fico...

Administração Pública hoje em luta

A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública convocou para hoje um dia nacional de luta dos trabalhadores que, nos diversos sectores, vão realizar greves ou manifestações, confluindo numa concentração, pelas 15 horas, em frente do Palácio da Ajuda, para o qual foi marcada a reunião do Conselho de Ministros. O...