Os açorianos precisam de um Presidente que cumpra e faça cumprir a Constituição
AÇORES O texto fundamental do País contém o fundamental do rumo e das respostas a muitos dos problemas nacionais, reiterou João Ferreira num périplo pela Região Autónoma dos Açores.
Portugal precisa de um PR coerente com o texto fundamental
Em três dias, o candidato à Presidência da República esteve em outras tantas ilhas do arquipélago, marcando presença em seis iniciativas. Na manhã de Sábado, 5, em São Miguel, João Ferreira começou a jornada com um encontro com a Associação Agrícola. O tema principal da conversa foi a produção agropecuária na região e a necessidade de a salvaguardar considerando a sua importância, objecivo a que a Constituição dá primazia.
Em seguida, João Ferreira esteve na sessão de apresentação do mandatário regional, Henrique Levy, tendo candidato e mandatário apelado ao reforço da coesão nacional, o que, a avançar, corresponderia a uma necessiadde objectiva dos Açores.
Travar a degradação
Alvo de fortes críticas de João Ferreira, durante a sessão, foi a actuação do actual Chefe de Estado em «momentos fundamentais», com impacto negativo na vida de milhares de trabalhadores.
«A forma como [o Presidente da República] exerceu os seus poderes contribuiu para fragilizar e degradar a vida de muitos milhares de trabalhadores», afirmou, segundo a Lusa, João Ferreira, salientando, neste âmbito, as posições assumidas contrárias à necessária valorização do trabalho e dos trabalhadores «num País onde, fruto dos baixos salários, ainda se empobrece a trabalhar».
Exemplo disso mesmo foi a promulgação por Marcelo Rebelo de Sousa, sem sequer «ter pedido a fiscalização do Tribunal Constitucional, que era uma possibilidade que tinha», das alterações à legislação laboral, agravando, entre outros aspectos, o recurso aos bancos de horas e alargando o período experimental.
Mas há outros exemplos, lembrou ainda João Ferreira, chamando à colação o caso do veto presidencial ao apoio aos sócios gerentes, aprovado na Assembleia da República, revelando, dessa forma, de que lado está no «confronto que opõe os grandes grupos económicos aos micro empresários».
Semelhante opção de classe assumiu Marcelo Rebelo de Sousa «quando rebentou a pandemia» ao chamar, em primeiro e destacado lugar, «os banqueiros para discutir a situação», ao invés de dar primazia a quem trabalha ou vive do seu pequeno negócio, denunciou o candidato à Presidência da República.
Neste sentido, João Ferreira insistiu que Portugal precisa de um Presidente da República «coerente com o juramento que faz no momento da tomada de posse, de cumprir e fazer cumprir a Constituição», o que «exige alguém que esteja comprometido, como este Presidente não esteve, com a necessidade de valorização do trabalho e dos trabalhadores, dos serviços públicos, especialmente do serviço público de saúde».
Sem pausas
Já ao final da tarde de sábado, 5, o candidato à Presidência da República reuniu com dirigentes da CGTP-IN na região, tendo aprofundado a preocupante situação social e económica vivida nas diferentes ilhas e constatado a urgência de valorizar os salários e combater a precariedade.
No domingo, 6, João Ferreira prosseguiu a pré-campanha na ilha do Faial com uma sessão pública na Casa Manuel de Arriaga, oportunidade para debater com os presentes os desafios que afectam o País, em geral, e a população dos Açores, em particular.
Em destaque estiveram matérias como o Emprego, a Saúde, a Educação e a Habitação, todas a reclamarem respostas que, no fundamental, se encontram contidas na Constituição da república Portuguesa.
Antes de partir dos Açores, João Ferreira encontrou-se, segunda-feira, 7, com o Representante da República no arquipélago, fazendo incidir o foco da conversa na gravidade da situação social corrente, e a terminar contactou com a população no centro de Angra do Heroísmo.