O Partido Comunista do Uruguai (PCU) reafirmou-se como força que luta por um mundo mais justo e solidário, ao culminar em Montevideo, no domingo, 8, com uma acção de massas, as comemorações dos seus 100 anos de vida.

No comício, o secretário-geral, Juan Castillo, ao relembrar o percurso dos comunistas uruguaios, rendeu homenagem sentida a todos os militantes do partido, em especial aos assassinados durante a ditadura militar por defenderem os seus ideais.

«São 100 anos de luta permanente, de travessia de distintas etapas, em cenários mais ou menos favoráveis. Nunca foi, não é hoje nem será no futuro um caminho de pétalas, o dos comunistas», afirmou o dirigente do PCU.

Em relação à actualidade, Castillo reiterou a participação incondicional do seu partido na Frente Ampla, a necessidade, nesta organização, de uma autocrítica com debates sinceros, de um acumular de forças para recuperar o governo do país, do combate aos planos exploradores da direita e da continuação do apoio às aspirações populares. Entre outras questões, criticou duramente o projecto governamental de orçamento quinquenal com 400 milhões de dólares a menos, recaindo nas áreas sociais mais sensíveis.

Num outro momento da sua intervenção, reafirmou a solidariedade dos comunistas uruguaios com Cuba e Venezuela e o seu repúdio pelo bloqueio imperialista, bem como a condenação dos assassinatos de líderes sociais na Colômbia e a alegria pelas vitórias recentes na Bolívia (eleições) e no Chile (referendo).

Antes do discurso de Juan Castillo no acto comemorativo dos 100 anos do PCU, foi lida uma mensagem de saudação do primeiro secretário do Partido Comunista de Cuba, Raul Castro, em que se ressalta o valor da unidade como chave da vitória e recorda o destacado líder uruguaio Rodney Arismendi, já desaparecido.

Foi transmitida também uma outra saudação, a de Aleida Guevara March, que expressou a convicção de que o seu pai, Ernesto Che Guevara, está presente em todos os que lutam por um mundo melhor.

Na tribuna do comício, em Montevideo, marcaram presença, entre outras personalidades, o presidente da central sindical Pit-Cnt, Fernando Pereira, o presidente da Frente Ampla, Javier Miranda, o secretário político da Frente Ampla, Rafael Michelini, e dirigentes da União da Juventude Comunista e da Federação Universitária Uruguaia.