Um contigente russo de manutenção da paz, integrado por cerca de dois mil militares, foi enviado por via aérea para a zona de conflito em torno de Nagorno-Karabakh, anunciou na terça-feira, 10, a Rússia.

A Arménia vai retirar as suas tropas do enclave, disputado há décadas por aquele país e pelo Azerbaijão, que reiniciaram os confrontos armados em finais de Setembro.

Os dirigentes do território, com população maioritariamente arménia, informaram que, no passado fim-de-semana, perderam totalmente o controlo de Shushi, a segunda cidade mais importante de Nagorno-Karabakh. Além disso, reconheceram que, desde o recomeço das hostilidades, há seis semanas, as forças do Azerbaijão tomaram o controlo de diversas regiões no sul do enclave.

Na segunda-feira, 9, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou a assinatura de uma declaração com o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, e o presidente azeri, Iljam Aliyev, para o fim dos combates.

O contingente russo de manutenção da paz será colocado ao longo da linha de contacto, em Nagorno-Karabakh, e ao longo do corredor que liga essa região com a Arménia.

Os deslocados internos e os refugiados regressarão ao enclave e áreas adjacentes, sob o controlo do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Além disso, destaca o acordo, vai realizar-se uma troca de prisioneiros de guerra.

Os enlaces económicos e transportes serão desbloqueados. O controlo das comunicações será levado a cabo com o apoio da Guarda de Fronteiras da Rússia.

Para Erevan, capital arménia – onde milhares de pessoas manifestaram-se contra a decisão governamental de cessar os combates –, a assinatura do acordo é uma iniciativa «dolorosa», enquanto Baku considera-a uma «capitulação» da Arménia.