Administração Local e transportes trazem exigências à rua
LUTA Os trabalhadores reivindicam o aumento dos salários, em 90 euros, e do salário mínimo nacional, para 850 euros, a par de investimento e medidas para valorizar os serviços públicos.
Os trabalhadores recusam ficar mais pobres, a pretexto da pandemia
A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações convocou para hoje uma acção de luta, em Lisboa, que tem como principal objectivo divulgar o caderno reivindicativo dos trabalhadores destes sectores.
Um desfile em cordão humano, envolvendo dirigentes, delegados e activistas sindicais, tem início às 10 horas, no Saldanha.
O primeiro destino será a Autoridade para as Condições do Trabalho, para entregar «um documento com a identificação das situações em que não houve intervenção aos pedidos feito pelos sindicatos» ou em que a ACT «apenas se limitou a ouvir a parte patronal».
A Fectrans/CGTP-IN anunciou ainda que os representantes dos trabalhadores farão «uma passagem pelo Ministério das Infra-estruturas e Habitação, para realçar a necessidade de haver investimento nas empresas públicas» de transportes e comunicações.
A acção, que tem como «temas centrais» o aumento dos salários, a redução do horário de trabalho, a redução da idade legal de reforma, alargamento e melhoria do serviço social e emprego com direitos, terminará em frente do Ministério do Trabalho.
No Dia Nacional do Ferroviário, que se assinala a 28 de Outubro, o sindicato da Fectrans (SNTSF) vai realizar uma concentração frente ao Ministério da tutela (MIH), às 10h30, que conta também com a participação das comissões de trabalhadores.
Os sindicatos da CGTP-IN na Administração Local (STAL e STML) promovem amanhã, dia 23, uma marcha em Lisboa, com início às 10h30, na Rua Braamcamp. Defendendo que, «à boleia do vírus, os trabalhadores não podem ficar ainda mais pobres», no folheto de mobilização para esta luta são destacadas as exigências de aumentos salariais no valor de 90 euros, regulamentação e aplicação do suplemento de risco, correcção da Tabela Remuneratória Única (que contém montantes inferiores ao salário mínimo nacional) e o direito a indemnização por acidentes de trabalho e doenças profissionais (hoje impedida por lei).
Contestando a alegada falta de dinheiro para «valorizar os trabalhadores e os serviços públicos», os sindicatos recordam os muitos milhões de euros «enterrados» no Novo Banco e gastos para pagar o recurso ao lay-off por parte de «empresas que acumularam lucros gigantescos, algumas com sede fora de Portugal, em “paraísos fiscais”».