Despedimentos colectivos contestados

A CAMO, fábrica de autocarros do grupo espanhol Pérez Rumbao, desencadeou um despedimento colectivo para se libertar de trabalhadores com mais antiguidade e com melhores salários, que mais adiante substituirá por outros, com salários mais baixos e com vínculos precários.
A acusação do SITE Norte foi acompanhada da afirmação de «alternativas que permitem à empresa ultrapassar um período difícil e manter os postos de trabalho».
Em reacção à intenção patronal, o sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN levou a cabo uma concentração de dirigentes, delegados e activistas sindicais, na sexta-feira, dia 16, à porta da empresa, em Vilar de Andorinho (Vila Nova de Gaia).
Nesta acção, em protesto contra o despedimento colectivo e em solidariedade para com os trabalhadores visados, esteve uma delegação do PCP. Nesse mesmo dia, as deputadas comunistas eleitas pelo círculo do Porto apresentaram na AR um requerimento a questionar o Ministério do Trabalho sobre as medidas que o Governo tenciona tomar para salvaguardar o emprego e os direitos dos trabalhadores.

Também invocando redução de encomendas, a Mecahers Aeronáutica, fábrica do grupo francês Mecachrome, instalada no parque industrial Bluebiz, em Setúbal, comunicou ao SITE Sul a intenção de proceder ao despedimento colectivo de 40 trabalhadores.
O sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN assinalou, numa nota publicada anteontem, dia 20, que a empresa usufruiu de apoios do Estado, recorrendo ao lay-off «simplificado», e avançou para o despedimento colectivo logo que foi ultrapassado o prazo legal em que estava impedida de o fazer.
Nas reuniões havidas desde dia 9 com o sindicato, o número de trabalhadores a despedir foi reduzido para 34 e foram negociadas condições de compensação melhores do que as prevista na legislação, mas o SITE Sul salienta que «as melhorias conseguidas nunca poderão substituir ou compensar na totalidade o trabalhador pela perda do seu posto de trabalho».

 



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