Muito ricos estão mais ricos enquanto pobreza aumenta
DESIGUALDADES A fortuna dos multimilionários cresceu com a crise económica agravada pela pandemia de COVID-19, revela um banco suíço, enquanto organismos internacionais alertam para o aumento da pobreza e da desigualdade.
Política neoliberal pode empurrar mais 150 milhões de pessoas para a pobreza
De acordo com um estudo do banco suíço UBS e da agência de auditorias e assessoria PWC, os multimilionários estão a aumentar as suas fortunas desde o começo da pandemia. O dinheiro dos muito ricos cresceu, apesar da queda das acções nas bolsas no mês de Março deste ano, resultante da crise sanitária à escala global.
Em Julho passado, integravam esse grupo de privilegiados 2189 membros, mais 31 que em 2017, precisa um relatório daquelas instituições publicado anualmente com a análise da evolução do património das pessoas com maior quantidade de dinheiro no mundo.
Além disso, indica o documento, a COVID-19 aprofundou o fosso entre os milionários surgidos nos sectores da tecnologia, da saúde e da indústria e outras fortunas.
Paralelamente, entidades como agências especializadas da ONU afirmam que milhões de pessoas poderiam cair na pobreza extrema e na fome em 2021 como consequência da recessão económica.
Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 690 milhões de pessoas, ou seja, quase uma em cada 10 pessoas no mundo, padeciam de fome em 2019 e a eles podem somar-se outros 130 milhões neste ano. Analistas assinalam que a desigualdade já existia antes da pandemia, mas os seus efeitos tornaram esse flagelo maior e mais profundo.
Por outro lado, o Banco Mundial divulgou dados semelhantes, referindo que a crise económica agravada pela pandemia pode empurrar para a pobreza extrema cerca de 150 milhões de pessoas em 2021. O organismo com sede em Washington estima que, por regiões, a zona mais afectada será o Sul da Ásia, com mais 57 milhões de pessoas na penúria, seguida pela África subsaariana, com 40 milhões de novos pobres.