O fisco lhes valha
Uma investigação do jornal New York Times mostra que afinal Donald Trump não é o homem de negócios de sucesso que aparenta, tendo mesmo sido reembolsado de milhões de dólares por «perdas avultadas» declaradas ao fisco. O presidente dos EUA pagou apenas 750 dólares de impostos em 2016 e em 2017, e não pagou nada em 11 dos 18 anos analisados no âmbito da investigação.
Ou seja, Trump é um aldrabão e uma fraude.
Uma investigação da rede de televisão britânica Channel 4 revelou que, em 2016, a campanha de Trump compilou ilegalmente, com o apoio da consultora Cambridge Analytica, uma base de dados sobre 198 milhões de norte-americanos, potenciais eleitores democratas, e bombardeou-os com propaganda negativa/informação falsa através do Facebook.
Ou seja, Trump violou as regras democráticas e viciou os resultados.
No domingo, Trump proibiu a aplicação TikTok, acusando-a de transmitir os dados de cerca de 100 milhões de utilizadores norte-americanos aos serviços secretos chineses. A ordem foi suspensa por um juiz por a administração Trump não ter apresentado provas de que os dados dos cidadãos norte-americanos estão ameaçados.
Ou seja, Trump não é digno de crédito.
Estes são apenas três exemplos de um infindável cardápio que atesta que o inquilino da Casa Branca, lá chegado por escusos caminhos, pode ser tudo menos um defensor da democracia e do estado de direito, pode merecer tudo menos respeito e consideração. Mas o que é que se vê, lê ou ouve na imprensa? Uma ensurdecedora falta de adjectivos para classificar os actos do personagem, considerado too big to criticize, e uma vergonhosa e encapotada esperança de o fisco faça o que a cobardia e a hipocrisia os impede de fazer: mostrar que o rei vai nu.