Plano de Recuperação Económica ignora a Agricultura Familiar

PORTUGAL Para a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a visão estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030 é «cega à importância da Agricultura Familiar no presente e no futuro de Portugal».

CNA alerta para o aumento dos preços ao consumidor

Recorde-se que a CNA participou na Consulta Pública à «Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030», que pretende ser a principal alavanca financeira e económica do País, após o embate inicial do estado epidémico, mas que, segundo os agricultores, «ignora a importância estratégica da Agricultura Familiar».

«A visão é cega ao trabalho dos agricultores, dos produtores florestais e de todos os que, apesar das enormes dificuldades, contribuem para a alimentação das populações, para a defesa dos recursos nacionais e para a economia nacional, já que nunca refere o Estatuto da Agricultura Familiar e muito menos a sua urgente concretização, desvalorizando a importância da resposta a uma situação de iminente, mas ainda evitável, e grave crise económica e social», considera a Confederação.

Em nota divulgada no dia 21 de Agosto, a CNA alerta ainda para os baixos preços à produção e aumento dos preços ao consumidor, em especial no período de estado de emergência, para os cortes orçamentais (reais) no sector (Quadro Financeiro Plurianual – QFP) e para a exiguidade das verbas previstas para o sector, no «Fundo de Recuperação».

«Esta situação contraria a necessidade de apoiar as organizações da lavoura e o movimento associativo/cooperativo, os circuitos curtos de comercialização, os jovens agricultores (em especial dos filhos dos pequenos e médios agricultores que asseguram a continuidade da actividade), apoios aos investimentos para pequenos armazenamentos de água, na remodelação e recuperação do regadio tradicional ou de outros pequenos regadios no País», defende a CNA.

Alerta
Relativamente à Floresta, a Confederação não aceita o reforço da «tese que culpabiliza a pequena propriedade por males, enquanto a grande indústria de transformação de madeira (com a cumplicidade dos sucessivos governos) mantém há décadas os preços da madeira em baixa na produção», o que impossibilita, muitas vezes, a gestão dos terrenos.

Protesto em Ovar

No passado dia 26, junto à Câmara Municipal de Ovar, dezenas de agricultores e proprietários de terrenos das zonas lagunares da Marinha e da Ribeira acusaram a sociedade Polis Litoral Ria de Aveiro, responsável pela requalificação em curso nessa área, de se apropriar de terrenos privados.

O protesto foi promovido pela União de Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro (UABDA). «Este projecto está a roubar dezenas e dezenas de reservas aos agricultores. Está a deixar centenas de hectares submersos que antes eram cultivados», alertou Albino Silva, da direcção da UABDA.

 



Mais artigos de: Nacional

CDU dá voz às populações do Funchal

ACESSIBILIDADES No Funchal «avolumam-se os exemplos das desigualdades sociais, territoriais e de acessos a serviços essenciais», denunciou Herlanda Amado, eleita da CDU na Assembleia Municipal.

Contas da SATA são «tudo menos transparentes»

A Comissão Europeia deu «luz verde» a um auxílio estatal português de 133 milhões de euros à transportadora aérea açoriana SATA (que tinha pedido apenas 63 milhões de euros). O empréstimo temporário, em virtude da crise gerada pela pandemia de COVID-19, tem como objectivo «dotar a empresa de recursos suficientes para...

«Transformações positivas» para a ilha do Corvo

Marco Varela é o primeiro candidato da CDU ao circulo eleitoral do Corvo nas eleições regionais dos Açores. Na sua apresentação pública, no dia 27 de Agosto, o operário, com 44 anos, afirmou que vai batalhar para que a CDU chegue mais longe naquela ilha. «Tenho confiança que no dia 25 de...

PCP interroga Câmara de Lisboa sobre a situação no Lusitano Clube

Os vereadores do PCP na Câmara Municipal de Lisboa (CML) solicitaram esclarecimentos sobre «que medidas foram avançadas ou vão ser tomadas pelo município para que não se verifique o encerramento de uma colectividade centenária como o Lusitano Clube?». A pergunta surge no seguimento da acção de despejo do clube...

Acção em Gaia para defender os cuidados de saúde primários

A CDU contactou, na sexta-feira, 28, com os utentes da Unidade de Saúde de Vilar Andorinho, Gaia. A acção, em defesa dos cuidados de saúde primários, contou com a participação de Diana Ferreira, deputada do PCP na Assembleia da República, e de Paulo Tavares, responsável pelo Partido naquele...