África Austral prepara plano de desenvolvimento até 2050

SADC Os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) subscreveram na segunda-feira, 17, a Visão 2050, com as metas para os próximos anos em questões sócio-económicas, de preservação da paz, segurança e governação democrática.

Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi, assume presidência da SADC

Um documento estratégico para o horizonte de 2050 e o seu plano de execução foram aprovados na 40.ª cimeira ordinária dos chefes de Estado e de governo da SADC, cujos debates decorreram por vídeo-conferência devido à pandemia de COVID-19.

A Visão 2050 do organismo regional baseia-se em três pilares interligados: desenvolvimento industrial e integração do mercado; fomento da infra-estrutura em apoio à integração; e desenvolvimento do capital social e humano. Cada um dos eixos inclui uma abordagem e componentes transversais sobre género, juventude, meio ambiente e mudança climática, assim como sobre gestão dos riscos de desastres.

Conduzida pela presidência de Moçambique, a cimeira da SADC também aprovou o plano indicativo de desenvolvimento regional para o período 2020-2030, a fim de concretizar a visão de médio prazo.

Entre os temas abordados estiveram, além disso, o impacto da COVID-19 sobre o tecido social e económico da região e as propostas conjuntas para mitigar os efeitos da pandemia.

As conclusões da reunião recomendam também a adopção de medidas concretas para elevar a representatividade de mulheres e jovens nos cargos políticos electivos.

A cimeira deu grande importância ao debate sobre os conflitos na região e ao incremento em alguns territórios de confrontos armados e manifestações de terrorismo. Nesse sentido, a reunião acolheu com satisfação a decisão do governo de Moçambique de solicitar a atenção da SADC aos ataques violentos ocorridos no Norte do país.

De igual forma, o organismo regional debruçou-se sobre a situação de instabilidade e violência na República Democrática do Congo e reiterou o seu apoio às iniciativas para alcançar uma paz definitiva e duradoura.

Também foi examinada a situação política no Lesoto, no quadro da actual transição pacífica com um novo governo no país, assim como a vontade de resolver de forma amigável o incidente fronteiriço entre a RDC e a Zâmbia.

Estabelecida em 1982, a SADC tem como membros Angola, África do Sul, Botswana, RDC, Comores, Eswatini (antiga Suazilândia), Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

Bem-estar dos povos

A procura de prosperidade e bem-estar para os povos deve centrar os esforços da SADC apesar de todas as dificuldades, afirmou o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi.

Falando a partir de Maputo na abertura da 40.ª cimeira da organização regional, o dirigente moçambicano exortou os países africanos a defender a integração para alcançar os objectivos comuns quanto ao desenvolvimento sustentável.

Nyusi agradeceu a oportunidade de assumir a presidência da SADC, substituindo o presidente da Tanzânia, John Magufuli, e destacou o compromisso de aperfeiçoar os mecanismos institucionais da comunidade da África Austral. «O povo de Moçambique é por natureza resistente e trabalhador, pelo que assumimos o compromisso de cumprir esta missão com dedicação», enfatizou.

O presidente moçambicano assegurou que se guiará pelo espírito de consulta aos seus homólogos a fim de orientar os destinos da SADC durante um ano. Sublinhou a importância desta cimeira, pois as suas decisões devem impulsionar a organização até «novos níveis de prosperidade e bem-estar pelos quais os nossos povos sempre lutaram».

A 40.ª cimeira acolheu no lema central a visão partilhada de continuar «construindo a paz e a segurança, promovendo o desenvolvimento e a resiliência face aos desafios globais». O que contempla o objectivo de a SADC assumir «um papel mais competitivo e eficaz nas relações internacionais e na economia mundial».




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