Bruxelas pede à Turquia que suspenda as explorações de gás no Mediterrâneo
A União Europeia (UE) solicitou à Turquia, no domingo, 16, a suspensão imediata das explorações petrolíferas nas águas do Mediterrâneo oriental, acções que agravaram as divergências desse país com a Grécia e Chipre.
No mesmo dia, Ankara comunicou que o navio Yavuz realizará pesquisas de hidrocarbonetos desde 18 deste mês até 15 de Setembro e será acompanhado por três navios de abastecimento. De acordo com a agência noticiosa turca Anadolu, o aviso da Turquia «recomenda encarecidamente a não entrada na área de prospecção».
O presidente turco, Recep Erdogan, declarou que Ankara não cederá perante a pressão internacional e o «banditismo» nas águas em disputa com a Grécia no Mediterrâneo oriental e prometeu continuar a exploração de petróleo e gás na zona. Já Atenas considera que as actividades turcas decorrem numa zona que se sobrepõe à plataforma continental grega e «minam a paz e a segurança na região». Ankara nega as acusações e afirma que não procura «aventuras desnecessárias» nem tensões no Mediterrâneo.
Já no dia 11, o Partido Progressista do Povo Trabalhador de Chipre (AKEL) apelara à diminuição das tensões na região, considerando que a agressão e as actividades ilegais promovidas pela Turquia – que constituem também um teste à firmeza e tolerância da «comunidade internacional» – só terminarão com uma «definitiva e real solução para os problemas da região, sustentada no Direito Internacional».
O fim da ocupação do Norte de Chipre pela Turquia, garante o AKEL, é uma das medidas, se implementadas, que contribuiriam para a diminuição das tensões, para a melhoria das relações entre Turquia e Grécia, para a resolução de outros problemas da região e para a estabilidade e a paz no Mediterrâneo Oriental. Do governo do seu país, o AKEL reclama uma política coerente que possibilite este objectivo de libertação e reunificação de Chipre.