Livros, autores, debates e evocações na Festa do Livro

CULTURA Neste ano cheio de particularidades, a Festa do Livro também será diferente, procurando contudo manter os aspectos distintivos que fazem dela uma grande celebração do livro e da leitura.

A Festa do Livro decorrerá num espaço com sombra mas aberto e haverá um único circuito a percorrer

Dezenas de editoras, milhares de livros de todos os géneros, uma rica e diversificada programação no auditório, e, claro, muitas novidades que demonstram que o livro é um bom camarada, de clássicos a ensaios sobre a actualidade política e económica, passando por romances, poesia, teatro e livros para os mais novos. São de realçar as comemorações dos 100 anos do PCP, dos 150 anos do nascimento de V. I. Lénine e dos 200 anos do nascimento de Friedrich Engels, com novidades e promoções especiais.

O programa

Livros sem autores são uma impossibilidade… A programação do Auditório da Festa do Livro procura exactamente estreitar essa relação entre autores e leitores, uma relação que se constrói quando as páginas escritas se transformam em páginas lidas e estas se transformam em caminhos a percorrer no futuro.

Entre apresentações e lançamentos, haverá sessões em torno dos livros: Anti-Dühring, de Friedrich Engels, uma obra fundamental, editada no início deste ano, e que Lénine considerava um livro de cabeceira para todo o operário consciente; O Que É Preciso É Transformar o Mundo, de António Avelãs Nunes, uma antologia de textos do autor publicados ou proferidos em diversos espaços; O Trabalho das Imagens – Estudos sobre Cinema e Marxismo, de Sérgio Dias Branco, que, como o título indica, nos fala de cinema numa perspectiva marxista; A Quem Pertence a Linha do Horizonte?, de João Pedro Mésseder e Ana Biscaia, um livro de poemas ilustrado sobre a luta do povo da Palestina; O Companheiro, de Sidónio Muralha e Irene Sá, no ano em que se assinala o centenário do nascimento do escritor, num belo conto sobre um povo que vivia oprimido e se libertou a 25 de Abril; O Gesto Que Fazemos para Proteger a Cabeça, o mais recente romance de Ana Margarida de Carvalho, passado no Alentejo nos anos 30.

Decorrerão ainda quatro debates durante a Festa: sobre as Consequências económicas, sociais e políticas da pandemia, com a participação de Vasco Cardoso, em torno do último número da revista Vértice, onde se abordam, através da perspectiva de uma dezena de autores, os impactos da COVID-19; um debate sobre Humor e política, com a participação de Ricardo Araújo Pereira e Margarida Botelho e moderação de Pedro Tadeu; o livro Uma Fortaleza da Resistência, de Francisco Miguel Bernardes, será ponto de partida para um debate com José Pedro Soares sobre o Forte de Peniche; e ainda um debate sobre A natureza agressiva do imperialismo, em torno dos livros Kosovo – A Incoerência de Uma Independência Inédita, de Raul Cunha, e Prosas em Tempos de Peste, de José Goulão.

De referir ainda que o escritor angolano João Melo estará presente para uma conversa com Zeferino Coelho em torno da sua vasta obra de poesia e contos, com destaque para o livro, saído no início deste ano, O Dia em que Charles Bossangwa Chegou à América; e que terá lugar uma homenagem a Mário Castrim, com José António Gomes a apresentar as obras Novelas, Nome de Flor e Mais Poemas do Avante! (todas saídas neste ano).

O funcionamento

Mantendo todas estas características que fazem da Festa do Livro uma visita obrigatória, também é verdade que terá mudanças de forma a garantir a segurança de todos os participantes e visitantes. O funcionamento num espaço com sombra mas aberto, a existência de um único circuito a percorrer pelos visitantes, o auditório a funcionar num espaço autónomo e uma ampla área de caixas para a saída são algumas das medidas que visam assegurar as medidas sanitárias necessárias e promover o distanciamento físico, para que os livros permaneçam tão convidativos como sempre.




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