Erguer a Cidade da Juventude com a energia com que se pretende transformar o mundo

CONSTRUÇÃO A Cidade da Juventude, um espaço único dedicado aos jovens e às suas lutas, será recriado na 44.ª edição da Festa do Avante!. Muitos são os militantes e amigos da JCP que já deixaram, ou ainda deixarão, o seu contributo na construção do maior evento político e cultural do País.

«Na Cidade da Juventude transforma-se o sonho em vida»

Já não falta muito para a abertura dos portões da Festa do Avante!, como é facilmente verificável no estado avançado em que se encontra a construção da Cidade da Juventude. Motivados pela felicidade que advém da convicção na sua causa, de novo os jovens comunistas portugueses puseram mãos à obra na edificação daquele que é, por excelência, o espaço dos jovens na Quinta da Atalaia.

Todos os anos, durante o primeiro fim-de-semana de Setembro, na Cidade da Juventude, podem ser encontrados os resultados da intervenção da JCP junto dos jovens ao longo de 12 meses: o trabalho, as soluções para os problemas, as lutas travadas e as vitórias arduamente conquistadas.

Este ano não será diferente. No dia 4 de Setembro, de novo os visitantes poderão encontrar «a cidade dentro da Festa», junto ao Palco 25 de Abril, com um vasto e abrangente programa cultural, alegria, convívio e o espírito de camaradagem e entreajuda tão característico aos jovens – e, entre estes, aos comunistas.

«Num ano de particular exigência, no quadro que atravessamos do surto epidémico, a JCP tem tido um papel preponderante», afirmou Afonso Sabença, responsável pela implantação da Cidade da Juventude, em declarações ao nosso jornal.

Uma cidade dentro da Festa

Este ano, tendo em conta as exigência sanitárias que se impõem, alguns dos palcos que marcam presença assídua na Festa não estarão em funcionamento. Entre eles estão o Palco Novos Valores e o Palco Agit. No entanto, isso não significa que a Cidade da Juventude deixará de ter uma programação actual e apelativa. De entre dezenas de actividades, todos os visitante que passarem por aquele espaço poderão encontrar workshops e demonstrações de várias expressões artísticas, como o grafito, danças, espectáculos de rua, artes circenses e muitas outras. Também não faltará música e vários DJ sets.

Na vertente política, serão os debates a realizar que merecerão destaque. Seis debates que abordarão seis temáticas diferentes, como a música, a cultura ou o desporto – temas que dizem respeito a várias esferas da vida dos jovens.

Em relação às exposições políticas que costumam pontuar a Cidade da Juventude, Afonso Sabença também deixou claro que estas voltarão a estar presentes: este ano, sobre o 75.º aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo e o centenário do PCP. Já nos murais que decoram as paredes do espaço, estará afirmado o 40.º aniversário da JCP.

«Esta é uma componente que a Cidade nunca perde, até porque todos os anos as centenas de jovens que vão à Cidade da Juventude confrontam-se com a exposição política, com as conversas entre os camaradas das brigadas de contacto e ligando estes elementos ao nosso ideal, ao seus problemas e reivindicações do dia-a-dia e à intervenção da JCP, percebem que é este o seu Partido», afirmou o jovem dirigente.

Apesar do Palco Novos Valores não marcar presença no espaço dos jovens, o Concurso de Bandas que escolhe os finalistas que nele actuam foi, igualmente, realizado. Celebrando os seus 23 anos, de novo, aquele que é um dos maiores e mais abrangentes concursos de bandas do País vai trazer à Festa oito bandas. Duas tocarão no Palco 25 de Abril, outras duas tocarão no Auditório 1.º de Maio e as restantes quatro tocarão no Palco Paz.

Afonso Sabença informou ainda que a Cidade contará com dois pontos de restauração, um deles vegetariano, e com o novo espaço Adere à JCP.

«A Festa não se constrói apenas na Atalaia»

«Durante os dias que aqui estamos, damos este grande contributo que é insubstituível, mas se a Festa não se realiza sem a sua construção, também não se realiza sem visitantes», afirmou Vasco Marques, membro do Secretariado da Direcção Nacional da JCP. Por isso, os jovens militantes se têm empenhado tanto na divulgação do maior evento político e cultural do País, com distribuições do jornal dos artistas, nas bancas de venda de EP, ou com a carrinha da Festa que percorre vários locais onde a juventude está presente, como as praias ou os festivais que vão, lentamente, acontecendo. As empresas, fábricas e terminais de transportes públicos também fazem parte do seu itinerário.

Segundo Vasco Marques, este ano, os jovens militantes portuenses têm-se empenhado na dinamização da Festa do Avante! itinerante – um conjunto de eventos que tem levado à população do Porto algumas das formas de cultura que estão representadas na Festa.

Para o dirigente, o próprio Concurso de Bandas também funciona como um dos principais meios de divulgação da Festa que a JCP tem ao seu dispor.

O empenho dos jovens
na Festa que também é sua

A Jornada Nacional, organizada anualmente pela JCP, realizou-se entre os passados dias 13 e 16. Uma jornada em que cerca de 100 jovens, militantes e amigos, deram «a sua disponibilidade para a construção da Festa com todas as normas de segurança e higiene asseguradas», afirmou Vasco Marques. Edificando a Cidade da Juventude, mas também realizando diferentes tarefas um pouco por toda a Festa, como na construção do Espaço Internacional e do Espaço Central ou na manutenção dos terrenos, os jovens viveram quatro dias de trabalho, mas também de camaradagem e de convívio.

Na tarde de sábado tiveram lugar três plenários de diferentes sectores da JCP – Ensino Secundário, Ensino Superior e Juventude Trabalhadora – onde se discutiu as realidades e a situação política de cada um deles, o impacto da crise epidémica e as perspectivas de luta que se avistam já no horizonte.

O final do dia de sábado contou ainda com o já tradicional torneio de futebol acompanhado de um churrasco e música.

«Há espaço para tudo nestes dias, para trabalhar, para aprender uns com os outros, desde aqueles que pegam pela primeira vez num martelo até àqueles que já têm alguma experiência, e para conviver», afirmou o dirigente num balanço à realização da  jornada.

«Se há coisa que estamos a aprender com a construção da Festa, é que no meio de todos os sentimentos de medo que se têm procurado criar, é possível estar com amigos, trocar experiências, estar ao ar livre, praticar desporto e realizar a própria Festa cumprindo todas a regras de segurança», afirmou ainda.

Para Vasco Marques, a Cidade da juventude é um espaço de passagem obrigatória para os jovens que visitam a Festa porque lá estão «as lutas do dia-a-dia da juventude em Portugal, os problemas com que se deparam, as lutas que travam e aquilo que projectamos para o futuro da intervenção da nossa organização».

Uma cidade de três dias
carregada de futuro

Alguns dos jovens que participaram na Jornada Nacional, uns pela primeira vez, deixaram um testemunho ao Avante! sobre a Cidade da Juventude e o seu significado:

«A Cidade da Juventude é o sítio da Festa do Avante! que está mais ligado à realidade dos jovens. Lá estão outras pessoas com quem os visitantes se podem identificar e falar sobre os seus problemas, sobre o mundo e a vida, sobre todas as perguntas que têm e sobre tudo o que lhes interessa.»

Inês Guerreiro

 

«O visitante deve visitar a Cidade da Juventude porque é um local construído pelos jovens para os jovens. Pode entrar em contacto com a realidade de várias pessoas de todo o País e conhecer outras realidades para além da dele.»

Aureliano Oliveira

 

«Passar na Cidade da Juventude é um grande passo para qualquer visitante da Festa conhecer e perceber como é que a juventude está unida numa luta por um mundo melhor, mais justo e igual para nós todos.»

Alexandre Carvalho

 

«Um jovem deve passar na Cidade da Juventude para conhecer outros jovens, a JCP, para se divertir e para aproveitar tudo o que a Festa tem de bom.»

Pedro Almeida

 

«Na Cidade da Juventude e na Festa do Avante! pode-se quebrar o preconceito acerca do PCP e da sua falta de militantes jovens!»

João Serra





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