PCP insiste na defesa dos salários e em aposta no desenvolvimento
REUNIÃO Valorizar os salários do trabalhado e preparar um futuro de progresso soberano do País foram questões centrais transmitidas pelo PCP em reunião com o primeiro-ministro.
São necessárias medidas urgentes e de fundo
O encontro com António Costa e outros membros do Governo, em São Bento, na segunda-feira 25, ocorreu a propósito da auscultação que o executivo fez aos partidos com assento parlamentar sobre o Programa de Estabilização Económica e Social e o Orçamento Suplementar, em preparação.
No final da reunião, Jerónimo de Sousa, que liderou a delegação do PCP integrada por Jorge Cordeiro, do Secretariado do Comité Central (CC), Vasco Cardoso e Fernanda Mateus, da Comissão Política, e Paula Santos, deputada e membro do CC, revelou que, ao primeiro-ministro, o Partido sublinhou a necessidade da adopção de medidas urgentes, por um lado, e de fundo, por outro.
Entre as primeiras, estão a protecção do emprego e dos salários, assegurando o seu pagamento integral; garantir resposta aos que se encontrem sem qualquer rendimento; a salvaguarda de milhares de micro, pequenas e médias empresas, garantindo medidas de apoio para a sua viabilidade; o urgente reforço do Serviço Nacional de Saúde, o instrumento mais seguro e duradouro de resposta ao surto epidémico.
De resto, os referidos documentos devem reflectir as lições que é possível retirar do actual contexto pandémico, notou o Secretário-geral do Partido, que relativamente ao prolongamento do regime de lay-off considerou que «não se pode tornar banal aquilo que é inaceitável», insistindo na importância da protecção social e na valorização dos salários.
Quanto às medidas de fundo, tendo a corrente conjuntura confirmado as debilidades e défices estruturais do País, é central apoiar o tecido produtivo, particularmente as micro pequenas e médias empresas, bem como que o Estado assuma as suas responsabilidades na criação de condições para a reimplantação e desenvolvimento do aparelho produtivo, realçou ainda Jerónimo de Sousa.
Só assim é possível avançar na recuperação da independência e soberania, pondo fim à dependência externa, o que pressupõe a rejeição de ajudas da União Europeia à retoma que venham acompanhadas de «ameaças e de imposições das chamadas reformas estruturais». Nesse aspecto, os portugueses estão já vacinados, concluiu.