MUSP exige serviços públicos

Perante o levantamento faseado das medidas de restrição impostas para conter a propagação da COVID-19, o Grupo Permanente do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) exige que os serviços públicos tenham «as condições necessárias para responder às populações», o que implica «acabar com o subfinanciamento» e «contratar os trabalhadores em falta».

«O reconhecimento generalizado aos trabalhadores dos serviços públicos, com destaque natural para os da saúde, mostra o papel destes trabalhadores na sociedade, em sentido contrário à sua desvalorização, imposta durante anos a partir dos centros ideológicos ao serviço dos grandes grupos económicos», refere o MUSP, num documento divulgado no dia 28 de Abril.

Para os utentes, «o retorno à normalidade só será possível com um Serviço Nacional de Saúde (SNS) reforçado, com mais profissionais, meios e equipamentos, para dar resposta à sobrelotação das urgências, aos atrasos nas consultas de especialidade, ao encerramento de valências e serviços de proximidade».

O MUSP exige, por isso, a tomada de medidas para «garantir todas as condições de segurança no acesso aos serviços de saúde, bem como um plano de recuperação das listas de consultas de especialidade que foram interrompidas devido à crise de saúde pública que atravessamos». «A situação não passa, como alguns querem fazer crer, com a entrega de recursos públicos a privados, mas sim com o claro reforço do investimento no SNS», adianta o movimento.

Também as várias empresas de transporte público têm um papel fundamental a desempenhar na retoma da normalidade, embora tenham que garantir «todas as medidas de segurança para os seus trabalhadores e utentes». «Não podemos continuar a assistir a carruagens e autocarros sobrelotados, em que não é possível manter qualquer distância de segurança. A frequência dos transportes públicos não podia ter sido diminuída como foi, antes pelo contrário, deve aumentar em relação à situação pré-epidémica, para dar resposta às necessidades dos utentes, que já se colocavam e às novas questões de segurança», referem os utentes.

As críticas estendem-se à gestão privada dos CTT, serviços que agravaram «as suas deficiências na situação extraordinária que vivemos». «A empresa CTT acumula reclamações, atrasos, correspondência transviada, tempos de espera absurdos. Só a dedicação dos seus profissionais manteve os serviços essenciais a funcionar», sublinha o MUSP, alertando para a necessidade de «reabrir as estações, postos de correio e retomar o controlo público dos CTT, pois o serviço postal é cada vez mais essencial».

 



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