«Passeata» contra cedência do Governo à chantagem e interesses da Vinci

TRANSPORTES Sob o lema «Mais aviões não! Portela+Montijo não é solução», no sábado, 14 de Março, às 15h30, tem lugar uma «passeata» junto ao terminal das chegadas do Aeroporto de Lisboa.

Aeroporto no Montijo não é a melhor opção

Lusa

O desfile – promovido pela Plataforma Cívica BA6-Montijo Não, Urtica, Lisboa Precisa, Aterra, Sociedade de Instrução de Beneficência «A Voz do Operário» e uniões de sindicatos de Lisboa e Setúbal/CGTP-IN – pretende alertar para a necessidade de «tirar» o Aeroporto Humberto Delgado, inaugurado a 15 de Outubro de 1942.

«É tempo de mudar» para «encarar o futuro da região e do País sem mais constrangimentos» e «não continuar a “massacrar” os habitantes de Lisboa com o ruído, com a degradação da qualidade do ar e da qualidade de vida», referem as organizações promotoras do protesto, lembrando que Portugal e Lisboa «não precisam» de um «aeroporto complementar» no Montijo, que «visa “perpetuar” a operação na Portela».

Em alternativa, defendem «um aeroporto que possa contribuir, de modo sustentado e planeado, para o necessário e emergente combate às alterações climáticas». «Lisboa e Montijo não podem ficar reféns dos interesses das multinacionais e, particularmente da VINCI, que detém a concessão de todos os aeroportos do País», destacam as organizações.

Para o dia 21 de Março está marcado um «protesto popular», promovido pela Plataforma Cívica BA6-Montijo Não. Para o desfile estão previstas três pré-concentrações que confluirão para a Alameda do Povo, na Baixa da Banheira (Estação dos Caminhos de Ferro).

Em nota de imprensa de 8 de Março, a Plataforma alerta para as «graves lacunas, erros, omissões e até manipulações» do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) que deu origem ao Procedimento de Avaliação Ambiental e à Declaração de Impacte Ambiental. «O EIA em causa é da autoria e responsabilidade da concessionária ANA/VINCI. Sendo um estudo de natureza privada, não é de estranhar que o mesmo procurasse defender e justificar as pretensões de quem o encomendou», refere o movimento, que questiona «não apenas o rigor do estudo», como, e principalmente, «a sua isenção e independência».

Esta semana foi conhecido o parecer desfavorável da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil relativamente ao projecto do aeroporto no Montijo, por existir «suscetibilidade elevada» a sismos e «tsunamis» e ao risco de acidentes com aves e aeronaves.

Preferência por Alcochete
No dia 4 de Março, os presidentes das câmaras municipais da Moita e do Seixal, Rui Garcia e Joaquim Santos, respectivamente, no final de uma «reunião de emergência», em Lisboa, com o primeiro-ministro, António Costa, e com o ministro das Infra-estruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, voltaram a defender que a melhor localização para o novo aeroporto é o Campo de Tiro de Alcochete.

Na DIA, emitida em Janeiro, os municípios da Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal pronunciaram-se desfavoravelmente contra o projecto do Montijo. As autarquias de gestão PS (Montijo, Alcochete, Barreiro e Almada) deram um parecer positivo. A lei prevê que a obra só possa avançar se receber parecer favorável de todos os municípios afectados pela mesma. A Câmara de Benavente, que se localiza no vizinho distrito de Santarém, mas junto aos concelhos de Alcochete e Montijo, também enviou um parecer negativo devido ao aumento de ruído nas zonas habitacionais.

No mesmo dia, 4, na Assembleia da República, Jerónimo de Sousa, deputado e Secretário-geral do PCP, também insistiu na opção de construir o novo aeroporto em Alcochete, afirmando que o Montijo é «um apeadeiro». Por seu lado, José Luís Ferreira, do Partido Ecologista «Os Verdes», recordou no debate quinzenal com o primeiro-ministro, que, em 60 anos de discussão sobre a construção de um novo aeroporto, nenhum estudo apontou para a localização do Montijo.

 



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