Continuam manifestações na Índia contra lei da cidadania discriminatória

Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, era recebido pela cúpula do governante e direitista Partido Bharatiya Janata (BJP), parte do noroeste de Nova Delhi estava envolvida por uma onda de violência. Uns sete mil soldados foram enviados para aquela zona da capital indiana, na sexta-feira, 28, para tentar controlar os distúrbios que causaram 39 mortos e mais de 350 feridos, de acordo com estimativas.

A violência foi provocada por ataques de grupos filiados em organizações hinduístas de direita contra manifestantes opostos à nova Lei de Emenda da Cidadania (CAA), denunciada como discriminatória. A referida legislação favorece refugiados hindus, cristãos, sikhs, budistas e parses que tenham fugido de perseguições religiosas no Paquistão, Afeganistão e Bangladesh, mas exclui os muçulmanos e os fiéis de outras crenças.

A lei aviva as divisões religiosas e étnicas, já que a cidadania de uma pessoa não pode ser determinada pela sua filiação religiosa, defendem sectores progressistas e de esquerda indianos.

Manifestações pacíficas, sobretudo de jovens e mulheres, ocorrem desde o ano passado em boa parte da Índia contra a CAA, o Registo Nacional de Cidadãos e o Registo Nacional de População, que muitos receiam vir a reduzir centenas de milhões de muçulmanos a cidadãos de segunda classe.

A lei também afecta os mais pobres e as classes trabalhadoras de todas as religiões, afirma o portal de opinião Peoples Dispatch.

O Partido Comunista da Índia (Marxista) expressou a sua condenação pela violência no noroeste de Delhi devido aos ataques de bandos empenhados em criar enfrentamentos comunais. O facto de muitos mortos e feridos terem sido atingidos por balas confirma o papel de elementos anti-sociais e criminosos, sublinha o PCI(M).

Perante os violentos incidentes, a falta de vontade da polícia contrastou com a rapidez com que reprimiram estudantes que se manifestavam, em Dezembro passado, não hesitando em atacá-los, vandalizando inclusivamente a biblioteca da Universidade Jamia Millia Islamia, com a utilização de gás lacrimogéneo dentro do recinto.




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