Redução de efectivos da GNR agrava isolamento em Santiago do Cacém
SEGURANÇA A Câmara Municipal de Santiago do Cacém continua a exigir o reforço do número de efectivos da GNR, prometido há mais de um ano e até hoje não concretizado.
Em Fevereiro de 2019 o Governo prometeu reforçar o contingente
O presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, solicitou com carácter de urgência uma reunião com Antero Luís, Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, para abordar a questão da falta de militares da GNR no concelho. O autarca eleito pela CDU garante que, em Santiago do Cacém, o número de efectivos sofreu uma redução, apesar da realização de um concurso nacional de recrutamento para novos guardas.
Considerando a situação «inaceitável», Álvaro Beijinha garante que a segurança das populações fica posta em causa e realça que esta redução dos efectivos da GNR contraria mesmo uma garantia dada ainda em 2019 pela então Secretária de Estado da tutela. A última informação recebida pelo município dava conta dos números: no Cercal do Alentejo houve uma redução para sete militares, em Ermidas-Sado o único guarda está de baixa médica, em Alvalade um dos quatro efectivos vai para a formação de Cabos, em Santo André mantém-se o mesmo número de militares e apenas em Santiago do Cacém foram colocados quatro guardas.
Uma luta persistente
A luta pela manutenção dos postos da GNR de Alvalade e Ermidas-Sado ocorre desde 2014, sempre com a participação activa da Câmara Municipal. A autarquia recorda que a falta de efectivos teve o seu ponto crítico no final de 2018, «quando foi anunciada a decisão de transformar os postos da GNR de Alvalade e Ermidas-Sado em Postos de atendimento a funcionar apenas em dias úteis, entre as 9h00 e as 17h00».
O município considerou desde logo que a medida constituiria «seguramente o primeiro passo para um futuro encerramento definitivo dos referidos Postos da GNR». Nessa altura, tanto a Câmara como a Junta de Freguesia de Ermidas-Sado e a própria população manifestaram-se contra essa possibilidade, levando o governo a recuar. Em Fevereiro de 2019, a então Secretária de Estado «comprometeu-se» a reforçar o número de efectivos afetos ao Destacamento Territorial de Santiago do Cacém, nomeadamente nas duas freguesias em questão.
Ora, denuncia da Câmara Municipal, este problema ainda não está resolvido, «pois em Ermidas-Sado e em Alvalade recorrentemente são os Guardas do Posto de Santiago do Cacém a fazer os patrulhamentos e tomada de ocorrências». Para Álvaro Beijinha, trata-se de uma situação «de todo inaceitável, que põe em causa a segurança das nossas populações, as mesmas que têm sido sucessivamente afetadas por políticas de abandono, protagonizadas pelo poder central, e que violam as garantias que nos foram dadas».