Hugo Gutiérrez, deputado no Parlamento da República do Chile e membro do Comité Central do Partido Comunista do Chile (PCC), foi alvo de uma tentativa de suspensão do seu cargo parlamentar, por parte das forças de direita presentes no parlamento chileno, por suposto «incitamento ao ódio».

Para os comunistas chilenos, este acto confirma uma estratégia para, como acontece um pouco por toda a América Latina, afastar deputados dos seus cargos e governos legitimamente eleitos através da guerra jurídica (lawfare), ou seja, da instrumentalização do aparelho judicial e da distorção da lei, para contornar a vontade popular.

Pese embora a ameaça de levar a acusação contra o deputado do PCC ao Tribunal Constitucional – que tem funcionado como instrumento da direita chilena –, Hugo Gutiérrez e o seu partido têm negado um qualquer reconhecimento do papel do tribunal neste caso, não reconhecendo nenhuma opinião ou resolução do mesmo.

Este ataque ao Partido Comunista do Chile e à democracia insere-se num quadro de repressão por parte do governo do presidente Sebastián Piñera contra as manifestações que desde Outubro de 2019 se realizam naquele país e que exigem um processo constitucional.

Para o Partido Comunista do Chile, face à defesa do actual sistema constitucional, que a direita chilena procura manter a todo o custo, deve ser incrementada a luta dos comunistas e de outras forças progressistas do Chile contra o regime constitucional herdado da ditadura fascista de Pinochet e pelos direitos da juventude, dos trabalhadores e do povo chileno.