Alentejo dispensa mais «declarações de amor»
REACÇÃO O Alentejo precisa é de uma política assente no desenvolvimento de infra-estruturas e forças produtivas que aproveite as potencialidades da região e fixe população, criando emprego com direitos.
O que se impõe são medidas concretas e uma visão estratégica
A reivindicação foi reiterada pela Direcção Regional do Alentejo (DRA) do PCP em nota de reacção à realização, em Beja, dia 1, da cimeira «Amigos da Coesão», iniciativa que, como outras semelhantes, integra «a estratégica eleitoralista partidária do PS»
Para o PCP, necessário seria apostar no «aproveitamento e potenciação da agricultura e da agro-indústria, dos recursos mineiros e das pedras ornamentais e das indústrias emergentes», bem como avançar na «elaboração de um Programa de Infra-estruturas Públicas, considerando como áreas nucleares os recursos hídricos, a mobilidade, a saúde, a energia, as conectividades e o acolhimento empresarial, apostando na base económica regional».
Estas são, segundo os comunistas alentejanos, «condições inseparáveis para um desenvolvimento sustentável». Bem diversas, portanto, das «declarações repentinas de “amor ao Alentejo” e das “preocupações sobre os territórios de baixa densidade demográfica”», que nada acrescentam à resolução «dos problemas estruturais com que a região se defronta há anos por opção dos sucessivos governos, que submetidos aos ditames da União Europeia têm desenvolvido políticas contrárias aos interesses da região e de quem nela vive e trabalha».
«Bem podem PS, PSD e CDS anunciar as boas intenções e vastas preocupações com territórios do interior, quando o que se impõe são medidas concretas», afirma ainda a DRA, para quem «o que vamos assistindo nestes fóruns é ao discurso das “inevitabilidades”», o qual assume a «condenação destes territórios à perda de população» e prepara «os suportes produtivos e económicos para essa profecia».
«O problema do Alentejo não está no seu território», salienta também a DRA, que reivindica «uma visão estratégica que incorpore políticas transversais e estruturantes».