Reino Unido não seguirá regras comerciais da UE
COMÉRCIO Boris Johnson garantiu que o Reino Unido não respeitará os regulamentos comerciais da União Europeia (UE), com a qual quer assinar um acordo de livre comércio semelhante ao estabelecido com o Canadá.
Londres e Bruxelas vão negociar as futuras relações comerciais
«Queremos um acordo de livre comércio similar ao do Canadá mas no caso improvável de não o conseguirmos então o nosso comércio terá de basear-se no tratado de retirada que assinámos com a UE» em Outubro passado, afirmou o primeiro-ministro britânico, na segunda-feira, 3, em Londres.
Boris Johnson, que delineou perante empresários e embaixadores a posição que Londres assumirá nas conversações com Bruxelas para definir as suas relações na era pós-Brexit, acentuou que o seu objectivo é evitar toda a «panóplia» de regulações europeias.
Segundo o dirigente conservador, a questão é saber se as partes acordarão um tratado ao estilo do canadiano, sem tarifas, taxas aduaneiras ou quotas, ou se se inclinam para o modelo australiano, que reduz as barreiras técnicas mas assenta em grande medida nos termos da Organização Mundial do Comércio.
«Em qualquer dos casos, não tenho dúvidas de que o Reino Unido prosperará imensamente», asseverou Johnson, adiantando que, a par das negociações com a UE, o seu governo procurará assinar acordos comerciais com os EUA, o Japão e outros países.
Na opinião dos analistas, o discurso do primeiro-ministro britânico confirma que as negociações entre Londres e Bruxelas serão duras, sobretudo no que se relaciona com os regulamentos europeus e a pesca.
O negociador da UE com o Reino Unido, Michel Barnier, afirmou que o bloco está pronto para oferecer ao Reino Unido um pacto comercial muito ambicioso, desde que Londres se comprometa a manter as normas europeias em temas sociais, ambientais, de impostos e ajuda estatal.
Depois de abandonar o bloco europeu a 31 de Janeiro, o Reino Unido tem 11 meses, para negociar com a UE os termos da sua futura relação comercial. Durante este período de transição, até ao final de 2020, Londres continuará a pagar as suas quotas a Bruxelas e o livre movimento de pessoas desde e até ao continente manter-se-á em vigor.