CPPC promove acções contra agressão ao Irão

PAZ O CPPC promoveu, na semana passada, duas iniciativas públicas em defesa da paz e contra uma possível guerra dos EUA contra o Irão: uma concentração no Porto, dia 13, e três dias depois uma sessão em Lisboa.

O Governo português não condenou o assassinato do general iraniano

Na primeira iniciativa, realizada na Praça da Palestina, intervieram a presidente da direcção do CPPC, Ilda Figueiredo, e o sindicalista Henrique Borges. Na segunda, que encheu o salão da Casa do Alentejo, o debate foi lançado pelo jornalista José Goulão, o investigador Carlos Almeida e o dirigente do CPPC Gustavo Carneiro.

Em ambas esteve em destaque o recente incremento da tensão no Médio Oriente após o ilegal assassinato, no Iraque, do general iraniano Qassem Soleimani por aviões militares não tripulados norte-americanos. Soleimani foi um dos principais estrategos da vitória sobre os grupos terroristas da AlQaeda e do chamado Estado Islâmico no Iraque como na Síria. Ficou uma vez mais evidente que não é o proclamado «combate ao terrorismo» que justifica a crescente presença militar dos EUA no Médio Oriente, mas a intenção de controlar a região e os seus recursos energéticos.

Nas várias intervenções proferidas insistiu-se no carácter ilegal do assassinato de Soleimani, totalmente contrário aos princípios consagrados no direito internacional. O silêncio cúmplice do Governo português, da União Europeia e do próprio Secretário-geral das Nações Unidas, que não condenaram o crime, mas sim a retaliação iraniana, foi denunciado como revelador da submissão aos interesses e imposições dos Estados Unidos da América.

Das duas iniciativas saiu a exigência às autoridades portuguesas para que assumam um posicionamento coerente com a Constituição da República Portuguesa, o que exige a ruptura com a submissão aos EUA, à NATO e à União Europeia que marca a actuação do actual Governo, como dos anteriores: no seu artigo 7.º, a lei fundamental do País preconiza uma política externa independente, baseada na paz, no desarmamento, no respeito pela soberania dos estados e pelos direitos dos povos, precisamente o oposto daquilo que tem sido a prática de sucessivos governos do PS, PSD e CDS.

Mobilização contra a manipulação
Como noutras ocasiões, também no caso do assassinato do general Soleimani e das suas repercussões as grandes cadeias mundiais de comunicação social tomaram partido pelo imperialismo: nada foi dito sobre o carácter ilegal da acção dos EUA, confundiu-se agredido com agressor e justificou-se o crime com a natureza do regime político que vigora no Irão.

Para além de se ter reafirmado que é o direito internacional que regula as relações entre estados, independentemente do seu regime político ou sistema económico, nas acções do CPPC recordou-se igualmente outras mentiras e mitos que justificaram guerras, como é o caso das famosas e nunca descobertas (porque não existiam) armas de destruição massiva no Iraque.

O controlo da produção, reservas e distribuição de petróleo, para uso próprio e para condicionar o acesso de outros países, que considera adversários, foi e continua a ser a razão da presença dos EUA no Médio Oriente e Ásia Central e das permanentes acções de desestabilização que ali leva a cabo. As pressões para que o Iraque rompesse acordos firmados com a China ou para que Arábia Saudita e Irão não se entendessem quanto à necessidade de diminuir tensões antecederam o assassinato de Soleimani.

A mobilização contra mais esta ameaça à paz no Médio Oriente, que se sente nos próprios EUA e um pouco por todo o mundo, vai continuar em Portugal, garantiu o CPPC, juntando a sua voz à de todos quantos lutam pela retirada das forças militares norte-americanas do Médio Oriente e pelo direito ao desenvolvimento soberano dos povos da martirizada região.

Concerto pela Paz no Porto

O teatro Municipal Rivoli acolhe, no sábado, 25 de Janeiro, às 16h00, mais um Concerto pela Paz, organizado pelo CPPC, com o apoio da Câmara Municipal do Porto.

Neste espectáculo actuarão a Orquestra de Jazz do Conservatório de Música do Porto, o Coro Vox Populi, o Coral de Letras da Universidade do Porto e as escolas artísticas Bando dos Gambozinos e Balleteatro. Pedro Abrunhosa encerra o concerto, que tem como objectivo sensibilizar e mobilizar para a defesa da paz face às ameaças de guerra no mundo actual.

Os bilhetes são gratuitos, mas sujeitos a levantamento no Rivoli, a partir das 13h00 de sexta-feira, 24, e sujeitos à limitação da sala.

 



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