Rejeitam no Chile presença do secretário-geral da OEA

As Juventudes Comunistas do Chile (JJCC) qualificaram o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luís Almagro, cúmplice das graves violações dos direitos humanos no Chile. A organização juvenil do Partido Comunista do Chile (PCC) denunciou que Almagro defendeu a actuação do presidente Sebastián Piñera contra as manifestações sociais no país, desconhecendo inclusivamente as denúncias da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, dependente da OEA. As JJCC consideraram o diplomata persona non grata para o povo do Chile.

Almagro, de visita a Santiago do Chile, teve uma reunião com Piñera no Palácio de la Moneda, encontro em que expressou o seu total apoio às acções repressivas ordenadas pelas autoridades chilenas contra o vasto movimento popular que desceu às ruas e praças de cidades chilenas, desde 18 de Outubro do ano passado.

O dirigente da OEA, organização a soldo da política intervencionista de Washington, disse reconhecer «o trabalho do presidente Piñera no quadro do Estado de direito, de preservação da democracia, defendendo com eficiência a ordem pública, ao mesmo tempo que tomou medidas especiais para garantir os direitos humanos». Sem pudor, apoiou a desacreditada teoria de uma suposta participação estrangeira no movimento social chileno.

O jornal El Siglo, órgão do PCC, recordou que em 2019 a OEA dedicou-se a procurar o derrube do governo venezuelano e a apoiar o golpe de Estado na Bolívia. Ademais, promoveu a formação de um «eixo de direita» na região, em que participaram, além de Almagro e Piñera, os presidentes da Colômbia, Iván Duque, da Argentina, Maurício Macri – que, entretanto, perdeu as eleições com Alberto Fernández –, e do Brasil, Jair Bolsonaro.

Estudantes do secundário
contra exames de aptidão

Os estudantes do secundário foram os protagonistas das mobilizações no Chile durante a semana passada, com uma rejeição massiva da Prova de Selecção Universitária (PSU), o exame de aptidão para entrada no ensino superior.

A prova realizou-se com grandes dificuldades apenas nos dias 6 e 7, no meio de protestos em numerosos estabelecimentos de ensino, além de fugas do conteúdo e irregularidades noticiadas em todo o país.

Foram organizados piquetes de alunos do secundário em numerosas escolas para impedir a realização dos exames, considerados pela maioria uma mostra da iniquidade que caracteriza o sistema de ensino do Chile.

Embora no segundo dia tenha sido mobilizado um forte dispositivo policial para as escolas secundárias, a fim de garantir a realização da PSU, dezenas de estabelecimentos não a puderam levar a cabo devido às manifestações de protesto e a confrontos entre jovens e polícias.

Nesse ambiente contestatário, a Federação de Estudantes da Universidade do Chile, o movimento feminista 8M e outras organizações sociais expressaram apoio às exigências de um novo sistema de admissão ao ensino superior e do fim da PSU.




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