TST extingue e reduz carreiras
TRANSPORTES Oito meses depois do alargamento do passe social intermodal e da redução do seu custo, a Transportes Sul do Tejo (TST) eliminou, a partir de 6 de Janeiro, quatro carreiras e reduziu o número de autocarros.
A redução da oferta de transportes é inaceitável
Na segunda-feira, após uma reunião de urgência entre a Autoridade de Transportes da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e a administração da TST, foram repostos os horários de três carreiras: 160 (Almada – Areeiro), 333 (Gare do Oriente – Vale da Amoreira) e 435 (Lisboa – Palmela).
Continuam suprimidas as 101A (Cacilhas – Cristo Rei), 168 (Praça de Espanha – Torre da Marinha), 260 (Praça de Espanha – Sesimbra) e 583 (Cacilhas – Setúbal), e reduzidos os horários nas 101, 107, 120, 133, 162, 169, 176, 191, 203, 207, 211, 222, 223, 228, 229, 240, 243, 317, 318, 431, 432, 437, 453, 454 e 565.
A transportadora – que assegura carreiras urbanas, suburbanas e rápidas na Margem Sul do Tejo (Almada, Seixal, Setúbal, Barreiro, Montijo, Palmela e Sesimbra) e Lisboa – informa que as alternativas obrigam a transbordos ou a maior demora.
Para a Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul (CUTMS) «estas medidas são inaceitáveis», num «momento em que todos os indicadores apontam para um aumento da procura». A CUTMS considera mesmo que esta «redução da oferta de transportes» é um «meio de pressão sobre o Orçamento do Estado e o valor das indemnizações compensatórias».
Empresa em contra-ciclo
Na segunda-feira, o município da Moita revelou que as alterações implementadas pela TST não tiveram a autorização da AML, o que é «inaceitável».
«Na nova situação de tutela da AML e dos municípios sobre os transportes rodoviários não é admissível que as operadoras de transportes continuem a decidir unilateralmente sobre horários e carreiras, com indiferença pelas necessidades e interesses dos utentes e da mobilidade na Região, como acontecia anteriormente, com a complacência da tutela da Administração Central», refere a autarquia.
Reverter a degradação
Também a Câmara Municipal do Seixal (CMS) exige da TST o cumprimento integral das carreiras previstas e a reposição das carreiras retiradas, bem como a fiscalização e garantia do cumprimento das obrigações de prestação do serviço público por parte da empresa, com a devida articulação com a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes e do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, IP.
Joaquim Santos, presidente da CMS, destacou que este é «um serviço de extrema importância para os 170 mil habitantes do concelho». «Os TST prosseguem uma política de reorganização da rede e ajustamento dos horários, carreiras e percursos que, na prática, resultaram em cortes nas carreiras e em menores frequências, reduzindo significativamente o direito à mobilidade», alertou o eleito nas listas da CDU. Criticou ainda o «desinvestimento na frota, quer através da redução do número de viaturas operacionais, quer pela notória falta de manutenção das condições de segurança e conforto dos passageiros, bem como das condições de trabalho dos motoristas do transporte rodoviário».
O município de Palmela reclamou já a reposição, ao fim-de-semana, da carreira 565 (Palmela – Lisboa, via ponte Vasco da Gama).