Um Partido de classe: com passado, presente e muito futuro

João Dias Coelho (Membro da Comissão Política)

Desde a sua fundação, o PCP foi sempre alvo do mais vil ataque das forças do capital. Assim foi durante o fascismo, assim continua a ser hoje em regime democrático, cada vez mais dominado pelos interesses do capital. E isso tem uma causa.

O PCP afirma-se como um Partido de classe e para a classe trabalhadora

Vivendo nós numa sociedade cujo modo de produção e ideologia dominante é o capitalismo, a existência de um Partido que se lhe opõe é, na cartilha dos senhores do grande capital e das suas estruturas económicas, sociais, políticas e ideológicas, intolerável. Na verdade, o PCP, pela sua natureza de classe, pelos seus objectivos e pela sua prática ao longo de quase dez décadas, é o único Partido na sociedade portuguesa que não só se opõe à exploração como projecta o seu fim, e isso o grande capital não perdoa.

Tentam tudo, desde a fomentação da ideia de um partido sem democracia interna, em declínio irreversível, tomado por concepções social-democratizantes, até à declaração do seu óbito. Que se desenganem os fariseus do nosso tempo. Que se desenganem os que, fingindo preocupar-se com o caminho e futuro do PCP, agem para o debilitar na sua luta de sempre.

À beira de perfazer 99 anos de existência, o PCP afirma-se com orgulho como um Partido de classe e para a classe trabalhadora. Um Partido que, não negando nem renegando o valor das eleições, delas não faz o alfa e ómega da sua acção. Um Partido que, agindo sempre no sentido e com o sentido de superar a causa principal da exploração, o capitalismo, não nega políticas de reformas que mitiguem os efeitos das políticas da classe dominante e aproveita todas as possibilidades para consolidar o que se conquistou e abrir caminho para novos avanços, mobilizando os trabalhadores e o povo para luta que continua.

Sabemos que não é um caminho fácil. A teia de interesses, de estruturas económicas, políticas e sociais, e a imensa cadeia de divulgação ideológica montadas pelo capital à escala mundial, são enormes, agindo sempre com o sentido de atrasar a consciência das massas e o rumo da História. A experiência histórica demonstra com toda a crueza que o processo de superação do sistema capitalista e a construção de uma sociedade sem explorados nem exploradores – o socialismo e comunismo – é bem mais complexa.

Partindo da realidade portuguesa, estabelecendo no seu programa como fases e etapas do processo a política patriótica e de esquerda e a democracia avançada, e tendo no horizonte os valores de Abril no futuro de Portugal, o PCP, ontem como hoje, encontra na luta organizada dos trabalhadores e do povo a força de resistência e de transformação social e política.

Sempre mas sempre o Partido encontrou nos trabalhadores e no povo a força necessária para superar cada curva apertada. Por isso é tão importante que o Partido, o conjunto dos seus militantes, as suas organizações de base nas empresas e locais de trabalho e nas localidades, se liguem cada vez mais à realidade concreta, puxando pela luta, reforçando as organizações unitárias, recrutando para o Partido os que nela se destacam.

Prosseguir a acção de contactos com 5000 trabalhadores, reforçar o Partido nas empresas e locais de trabalho, reforçando e criando novas células – esteio fundamental da linha política do Partido – alargar a unidade dos democratas e patriotas são condições essenciais para prosseguirmos a luta pela alternativa política.




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