PPP... Pum Pum Pum
O nome, PPP, só pode ter origem no sentido de humor dos ideólogos do sistema. Ver o estendal de corrupções, crimes, desvios, enriquecimentos ilícitos, ver o Estado diminuído na capacidade de investir esmagado em dívidas e contratos com cláusulas que são portas abertas para novas sangrias, e ouvir a frase «Parceria Público Privado» só pode ser humor negro. É evidente que não lhe poderiam chamar PEE (Projecto para Espremer o Estado) ou PEDO (Processo de Esbulhar Dinheiro do Orçamento), mas podiam-lhe ter posto outra sigla, eles que têm tanta gente especializada em dar nomes fofos às maiores monstruosidades.
Vem isto a propósito do que por estas alturas está a acontecer na Brisa. Onde o capital estrangeiro está a tomar o controlo, fazendo com que todas as PPP rodoviárias, que drenam mais de mil milhões por ano ao Estado Português, fiquem em mãos de capital estrangeiro. Isto depois de um processo, envolvendo a Brisal e a Douro Litoral, onde fundos abutres compraram por 200 milhões uma dívida de 1000 milhões destas duas concessões à banca comercial portuguesa (a diferença, de 800 milhões, já o Estado cobriu parcialmente e vai acabar por cobrir o resto), e usaram essa compra da dívida para ganhar mais umas centenas de milhões de euros.
Entretanto, mais um capitalista português enriqueceu a servir de intermediário no processo de transferência de bens públicos nacionais para o grande capital internacional. E a sangria vai continuar. Até que, em ruptura com a política de direita, um governo patriótico e de esquerda abata todas as PPP, anule todos os contratos e as leis que os permitem, e faça o arresto de tudo o que foi roubado ao povo e ao País por este processo.