Novas vacinas em 2020

Margarida Botelho

A decisão de incluir três novas vacinas no Plano Nacional de Vacinação (PNV) tem uma história que é preciso não esquecer. Em 2018, por proposta do PCP, foi aprovada na Assembleia da República a verba necessária para incluir estas vacinas em 2019 no PNV. Além do voto contra, vencido, do PS, registaram-se as mais inacreditáveis reacções, como a da Ordem dos Médicos – cujo bastonário chegou a classificar esta como uma «má decisão da Assembleia da República».

Apesar de serem públicos os pareceres da Sociedade Portuguesa de Pediatria recomendando estas vacinas, de se saber que a Direcção-geral de Saúde estava a estudar a sua inclusão, de os médicos as prescreverem há anos, surgiram opiniões criticando o PCP por supostamente se «imiscuir» e se querer «substituir» ao processo técnico.

Opiniões muito minoritárias, mesmo que muito visíveis. É que as famílias das crianças em idade de levarem estas vacinas, em geral no primeiro ano de vida, lembraram-se desta decisão da AR muitas vezes durante 2019. A maior parte com o coração apertado e o sentimento de injustiça de quem sabe que existe uma vacina para proteger a sua criança mas que não tem dinheiro para a comprar. Muitos milhares de famílias pensaram nesta decisão de cada vez que foram à farmácia comprar mais uma dose, cada qual sabendo que sacrifícios fez para juntar esse dinheiro. É que cada dose (e são três...) da vacina da meningite custa 98 euros. Cada dose contra o rotavírus custa 51 euros (e também são três). Quem pretendeu vacinar os rapazes contra o HPV, desembolsou 145 euros por cada uma das duas doses.

O PCP nunca desistiu desta batalha. Como não desistirá até se clarificar cabalmente como é que esta entrada em vigor se vai processar, como serão incluídas as crianças nascidas em 2019 e os rapazes de 2009. Pela saúde pública, pelo SNS, pelo direito de todas as crianças a crescerem saudáveis e felizes.



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