Conservadores saem reforçados no Reino Unido
O primeiro-ministro Boris Johnson assegurou, depois da vitória do Partido Conservador, com maioria absoluta, nas eleições legislativas de 12 de Dezembro, que o Reino Unido sairá da União Europeia a 31 de Janeiro de 2020, seja como for.
«Porei fim a todo este absurdo e concretizarei o Brexit na data fixada, sem desculpas nem pretextos», afirmou. «Rompemos o ponto morto, pusemos fim à paralisação e destroçámos o bloqueio», disse, referindo-se à recusa do anterior parlamento em apoiar a saída da UE, o que forçou a antecipação das eleições, inicialmente previstas para Maio de 2020.
O Partido Conservador alcançou a maioria absoluta ao eleger 364 deputados, mais 47 do que nas eleições anteriores, enquanto o Partido Trabalhista elegeu 203 membros do Parlamento, menos 59 do que em 2017. Registou-se uma taxa de participação de 67%, com cerca de 32 dos quase 46 milhões de eleitores britânicos inscritos a ir às urnas.
O resto dos 650 assentos da Câmara dos Comuns foram conquistados pelo Partido Nacional Escocês (48) – que vai pedir um segundo referendo sobre a independência da Escócia –, pelos Liberais Democratas (13) e pelos Unionistas da Irlanda do Norte (oito).
O dirigente trabalhista, Jeremy Corbyn, anunciou que já não dirigirá o partido nas próximas eleições e que, depois de um período de debate interno, deixará a liderança do Labour. Vai propor aos seus correligionários o início de um processo de reflexão sobre os resultados eleitorais e as políticas a adoptar a partir de agora.
Corbyn, que foi eleito para o parlamento pelo distrito londrino de Islington, culpou o Brexit e a feroz campanha desencadeada pela imprensa de direita contra a sua pessoa, a sua família e o seu partido por propor-se governar a favor das maiorias com um programa de «medidas socialistas».
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou, entretanto, na terça-feira, 17, em Bruxelas, que vai reunir-se com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no início de 2020, para analisar as relações futuras entre a União Europeia e o Reino Unido.