Protestos em Portugal contra cimeira da NATO
PAZ Em Lisboa e no Porto, nos dias 3 e 4 de Dezembro, têm lugar dois actos públicos pela dissolução da NATO e contra os objectivos da cimeira que aquele bloco político-militar realiza em Londres na mesma altura.
A NATO é a principal ameaça à paz e à segurança no Mundo
À semelhança do que tem acontecido nos últimos anos, várias organizações portuguesas de diversas áreas de intervenção voltam a juntar-se sob o lema «Sim à Paz! Não à NATO!» e a promover duas iniciativas públicas: em Lisboa, no dia 3 às 18 horas, na Rua do Carmo; e no Porto, no dia 4, na Rua de Santa Catarina, à mesma hora.
No texto de convocação para as iniciativas alerta-se para as decisões que sairão da cimeira de Londres, apontando para o aumento das despesas militares, para novos e mais sofisticados armamentos, para o militarismo e a guerra. A NATO, garantem as organizações, é desde a sua criação, em 1949, um instrumento da política externa dos Estados Unidos da América e do seu complexo militar-industrial, responsável por golpes de Estado, guerras de agressão e ocupações militares.
A NATO, acrescentam, detém a «esmagadora maioria das bases e instalações militares em território estrangeiro existentes no Mundo» e é responsável por mais de metade do total das despesas militares, bem como pela militarização do Estado e do ciberespaço e pela escalada na utilização militar de novas tecnologias. Ao mesmo tempo que assume como sua a Doutrina Nuclear dos EUA, agrava a tensão com a Rússia e a China e alarga a sua área de intervenção a todos os continentes e regiões. Por todas estas razões, constitui, juntamente com os EUA e a UE, seu «pilar europeu», a «mais séria ameaça à paz e à segurança no mundo».
Exigências de paz
Nas duas iniciativas estarão presentes ainda os princípios que, segundo os promotores, as autoridades portuguesas deviam assumir na sua relação com a NATO e nas relações internacionais do País, inscritos aliás no artigo 7.º da Constituição da República. Exigir-se-á, também, a dissolução da NATO e o fim das guerras de agressão que promove; a abolição das armas nucleares e de outras armas de destruição massiva; a assinatura e ratificação, por Portugal, do Tratado de Proibição de Armas Nucleares; o desmantelamento do sistema anti-míssil instalado na Europa e na Ásia; a rejeição da militarização do espaço; a reversão do processo de militarização da União Europeia; o fim da corrida aos armamentos e da utilização militar de novas tecnologias; o desarmamento geral, simultâneo e controlado.
Entre os promotores figuram o CPPC, a CGTP-IN e diversas uniões, federações e sindicatos, o MDM, entre muitos outros.