Violências contra as mulheres têm raízes na desigualdade social

A propósito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, que se assinalou a 25 de Novembro, o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) endereçou uma carta aberta ao Primeiro-ministro, António Costa, onde refere que as «raízes» da violência «são as crescentes desigualdades sociais, a par da cultura do individualismo, situação que atinge particularmente as mulheres, dentro e fora de portas».

«Em pleno século XXI, as desigualdades no trabalho e na vida são o terreno de onde surgem todas as violências. Regista-se a ampliação, banalização e metamorfoseia-se e justificam-se velhas e novas expressões de violência. Violências de todo o tipo – físicas, psicológicas, sexuais, a violência simbólica e estética circulando na Internet e redes sociais, que, em conjunto, constroem um modelo de mulher objecto, uma mercadoria transaccionável», refere o documento.

A violência doméstica é uma das facetas mais visíveis da violência contra as mulheres e que maior condenação acolhe por parte da opinião pública. No entanto, existem outras formas de violência que são silenciadas e até toleradas.

Afirmando «um caminho de acção e luta das mulheres», o MDM exige do Governo, entre outras medidas, «acções concretas, que levem mais longe o combate e prevenção da violência». Neste sentido, é «essencial» reforçar as verbas do Orçamento do Estado para 2020 para melhorar a qualidade das respostas dos serviços públicos de prevenção e de protecção das mulheres e os serviços de atendimento às vítimas em todo o território nacional.

Na passada semana, o MDM realizou acções, em diversos distritos, exigindo o fim das violências, dentro e fora de portas. O Núcleo de Aveiro, com o apoio da Câmara Municipal, realizou, no passado dia 19, uma mesa redonda, com o tema «Combate e prevenção das violências exercidas sobre as mulheres». Foi também inaugurada a exposição «Sonos Falados», com uma visita guiada.




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