Palestina: urge romper com o muro de silêncio

SOLIDARIEDADE O Conselho Português para a Paz e Cooperação considera urgente derrubar o «muro de silêncio» em torno da questão palestina e apela ao reforço da solidariedade com o povo da Palestina.

Israel mantém um crescente desprezo pelas leis internacionais

A direcção nacional do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) acompanha com preocupação o caminho que a União Europeia (UE) tem vindo a trilhar no sentido de «criar condições para criminalizar a solidariedade com a causa palestina», ao mesmo tempo que faz vista grossa sobre as ilegalidades e crimes do regime de Israel contra o povo palestino.

Uma nota do CPPC, do dia 19, dá exemplos: a assimilação a antissemitismo da denúncia e condenação da política de Israel (Conselho de Justiça e Assuntos Internos da UE, e decisões ulteriores de vários estados membro); a legislação contra o movimento internacional «Boicote, Desinvestimento, Sanções» (Alemanha e França); a interdição de participar em quaisquer eventos políticos decretada contra o escritor e ativista palestino Kahled Barakat (Alemanha); a ameaça de proibição de residência contra Charlotte Kates, coordenadora da Rede Internacional de Solidariedade com os Presos Palestinos (Alemanha); a acusação, contra Ángeles Maestro Martín e outras duas mulheres, de colaboração com organização terrorista por terem recolhido fundos para a reconstrução do que as forças israelitas haviam destruído na Faixa de Gaza em 2014 (Espanha).

«Uma pesada cortina de silêncio desce, portanto, sobre o sofrimento e os direitos espezinhados do povo palestino, acusando-se de anti-semitismo ou pior quem – incluindo judeus e organizações de direitos humanos israelitas – ouse opor-se à criminosa política de Israel; ao passo que a cooperação económica e os acordos de diversa índole com o Estado israelita prosseguem sem percalços de maior», denuncia o CPPC.

Silêncio e hipocrisia

No início de Agosto, no complexo de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental, na região da Cisjordânia ocupada atribuída aos palestinos pelos Acordos de Oslo, a polícia israelita disparou balas de borracha, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes contra milhares de palestinos durante uma das principais festividades religiosas muçulmanas, ferindo 71 pessoas, principalmente idosos.

Nos últimos dias, o governo militar que administra a Cisjordânia ocupada anunciou planos para avançar com mais de duas mil unidades habitacionais em colonatos israelitas nessa região.

O CPPC lembra que os presos políticos palestinos em cadeias israelitas, incluindo menores de idade, eram, no começo de 2019, mais de cinco mil, dos quais cerca de 500 a cumprir sentenças de mais de 20 anos e um número superior condenado a prisão perpétua.

O Estado de Israel mantém desde há 12 anos um bloqueio total à Faixa de Gaza, condenando os seus dois milhões de habitantes a privações de toda a ordem.

Sabendo-se impune, com o apoio dos EUA, Israel mantém um arrogante e crescente desprezo pelas leis, acordos e normas internacionais, sejam os Acordos de Oslo, as resoluções da ONU ou os direitos humanos mais básicos.

O CPPC considera necessário e urgente «romper com o muro de silêncio e hipocrisia em torno da questão palestina e convida todos os homens e mulheres defensores da paz e dos direitos humanos a conjugarem esforços pela solidariedade com o povo da Palestina na sua luta pela criação de um Estado, nas fronteiras anteriores a 4 de junho de 1967 e capital em Jerusalém Oriental; e pelo direito de regresso dos refugiados palestinos».



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